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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Via
Braga/Amares/Vilela, Seramil e Paredes Secas
Romano
A Via Nova, mencionada no itinerário de Antonino como via XVIII, também chamada de Geira no percurso que une Amares à Portela do Homem é um exemplo da campanha de reforço e manutenção do sistema viário romano, que teve como objetivo por um lado a reparação dos itinerários principais pré-existentes, construídos na época de Augusto e por outro a construção de novos percursos e o melhoramento do cursos públicos, dotado de um número significativo de mantiones e mutationes (estruturas de apoio aos viajantes construídas à beira das estradas) (LEMOS e BAPTISTA: 1995-96). Este reforço do sistema viário foi possível dado o contexto de desenvolvimento económico e de densificação da população, que teve lugar entre a época de Augusto e e a época flávia-antoniana (CARVALHO, 2008:140). A Via XVIII, construída na época dos flávios em 80 d.C., fazia a união entre as cidades de Bracara Augusta (Braga) e Asturica Augusta (Astorga), percorrendo 318 km e cruzando regiões de relevo mais acidentado, oferecendo assim uma alternativa mais curta à via XVII que unia as mesmas cidades passando por Aquae Flaviae (Chaves) num percurso de 365.5 km (CARVALHO, 2008: 330). No que concerne ao seu traçado, particularmente no concelho de Amares, que é o troço que interessa ao presente trabalho, esta via proveniente de Bracara passaria o Cávado, chegando ao atual concelho de Amares, no entanto o local da sua travessia é alvo de discórdia entre os estudiosos, pois enquanto uns a fazem passar pela ponte do Porto (CAPELA, 1987) - ponte medieval que poderá ter substituído outra de cronologia anterior, talvez feita por barcas- estudos mais recentes (CARVALHO, 2008) apontam para a sua passagem por barcas em Âncede, passagem esta já mencionada nas Memórias Paroquiais de 1758. Esta hipótese é reforçada pela existência de uma calçada na margem esquerda, entretanto destruída e existência de fotogramas de 1946 que mostram a existência de bancos de areia que poderiam ter permitido a passagem do rio a vau na época seca ou por barcas no inverno (CARVALHO, 2088: 335). A via continuaria pelo lugar de Além, na freguesia de Barreiros, freguesia onde foram referenciados quatro marcos miliários, dois deles na Quinta de Agrolongo (aos quais pudemos acrescentar mais um na última campanha de prospeção arqueológica) e um na Quinta da Pena. Helena Carvalho situa a milha VI em Senhora das Angústias - Além. Daqui a via rumaria para norte, em direção a Carrazedo, situando-se presumivelmente a milha VII no lugar de Feira Velha, onde se encontra um castro de baixa altitude, parcialmente destruído por uma casa senhorial fortificada, a torre dos Machados. A igreja de Carrazedo teria sido o local de depósito de doze marcos, tendo sido alguns transportados para Braga. Nas proximidades desta igreja foi recentemente identificada uma mancha de dispersão de material de dimensões consideráveis que inclui fragmentos de cerâmica comum e de construção romana em quantidades significativas, três fustes de coluna e duas aras votivas, uma delas dedicada por Bloena aos Lares Buruci. Desta forma, o tipo de materiais e sua quantidade, bem como a vasta área pela qual eles se dispersam, incluindo os terrenos adjacentes à igreja paroquial de Carrazedo a norte e a sul bem como a área que se estende até Feira Velha, zona onde teria passado a via, fizeram com que Sande Lemos interpretasse este local como uma villa e H. Carvalho como um vicus (CARVALHO; 2008:336). No lugar de Feira Velha a via prosseguiria para Barromau e Pilar, este último pertencente à freguesia de Fiscal, onde se situaria a milha VIII e foi descoberto um miliário dedicado ao imperador Caro. A partir daqui a via inflectia para Oeste, contornando os contrafortes da Serra da Abadia. A milha IX encontrar-se-ia junto ao castro de Caires, tendo sido identificados vestígios no local Cidade de Biscaia que indiciam a existência de um vicus com funções de mansio. As milhas X e XI estavam situadas no que hoje é um caminho municipal, chegando a Vila Cova
Terrestre
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2010/1(031)