Tróia

Sítio (2)
  • Tipo

    Complexo Industrial

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Setúbal/Grândola/Carvalhal

  • Período

    Romano e Alta Idade Média

  • Descrição

    O sítio arqueológico de Tróia localiza-se na península de Tróia, uma restinga de areia que separa o estuário do Sado do Oceano Atlântico, integrando-se numa paisagem dunar, que sofreu profundas alterações ao longo do tempo. Assim, no período romano esta área poderia ter um carácter insular. As ruínas romanas identificadas em Tróia correspondem a um grande complexo de produção de preparados de peixe e a um aglomerado urbano de época romana (século I a VI d. C), beneficiando da riqueza de recursos marinhos e fluviais da sua área de implantação. Os vestígios arqueológicos de Tróia são conhecidos desde o século XVI, tendo-se realizado a primeira intervenção arqueológica no século XVIII. Nos anos quarenta do século XIX, a investigação deste sítio foi desenvolvida pela Sociedade Arqueológica Lusitana e nas décadas de quarenta a setenta do século XX foi promovida pelas direções do Museu Nacional de Arqueologia. Os trabalhos arqueológicos mais recentes inserem-se num projeto de valorização deste sítio arqueológico, promovido pela Troiaresort, sendo da responsabilidade da arqueóloga Inês Vaz Pinto. As estruturas arqueológicas visíveis correspondem a oficinas com grandes tanques para a produção de preparados de peixe (cetárias), áreas residenciais ("Rua da Princesa"), estruturas hidráulicas, termas (localizada junto à maior fábrica), com as suas várias áreas funcionais, múltiplas necrópoles, com distintas características arquitetónicas e rituais e uma basílica paleocristã (edifício de grandes dimensões, de planta retangular, com três arcadas, que segmenta o espaço interior em naves, com paredes decoradas com, pinturas de motivos vegetalistas e geométricos). Esta diversidade de contextos funerários evidencia a longa duração da ocupação deste espaço, bem como as profundas transformações religiosas e rituais vividas na Antiguidade Tardia. Os materiais arqueológicos identificados, nomeadamente recipientes de armazenamento (dolium e ânforas) e as cerâmicas finas (terra sigillata), bem como a sequência construtiva das estruturas domésticas e industriais permitem enquadrar a ocupação deste sítio entre os séculos I e VI d. C, registando-se profundas reestruturações em torno do século III d. C. (atualizado por C. Costeira, 30/01/19).

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Estrada de terra, a partir da estrada Tróia-Comporta.

  • Espólio

    Fragmentos de cerâmica comum, ânforas, vidros, metais (em ferro e bronze) e faunas (ictioológica, malacológica e mamalógica). Estátua feminina; Sarcófago com javali - Museu Nacional de Arqueologia.Baixo-relevo mitraico - Col. privada, cópia no MNA (Gonçalves, 2007)

  • Depositários

    Museu Nacional de Arqueologia

  • Classificação

    ZEP - Zona Especial de Protecção

  • Conservação

    Bom

  • Processos

    S - 00002, 7.12.2.1 e 99/1(161)-B

Bibliografia (63)

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Uma cetária de Tróias escavada nos anos 50 do séc. XX.. Setúbal Arqueológica (2014)
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Un dépotoir du Ve. sciécle dans l'officine de salaisons 1 de Tróia (Portugal). Rei Cretariae Romanae Fautores. Acta 42 (2012)
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Viagem em Portugal: 1798-1802 (1981)
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Fotografias (39)

Localização