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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Monumento Megalítico
Lisboa/Sintra/Colares
Neolítico Final e Calcolítico
O Monumento Pré-histórico da Praia das Maçãs localiza-se junto à margem norte da Ribeira de Colares, em posição destacada, junto ao cume da vertente norte da elevação Outeiro das Mós e enquadra-se cronologicamente nos meados / final do 4º e durante o 3º milénio a. C. Foi identificado em 1927, no âmbito de trabalhos agrícolas e pela primeira vez referido na bibliografia arqueológica por Saavedra Machado em 1929. Em 1961 V. Leisner, G. Zbyszewski e O. V. Ferreira realizaram escavações no local e efetuaram o levantamento da planta do monumento, bem como o estudo do espólio. No início dos anos 70, J. Cardim Ribeiro realiza uma sondagem na área do corredor do tholos, identificando o átrio e recolhendo uma grande quantidade de espólio, no final desta década, L. Gonçalves realiza uma nova intervenção arqueológica, escavando o átrio e a área norte da mamoa e efetuando a limpeza geral do monumento e o levantamento de todas as suas estruturas. Na sua fase mais antiga, corresponde a uma gruta artificial, escavada no substrato geológico, sendo constituída por uma câmara, corredor com degrau e um setor central com duas câmaras laterais (nichos). A câmara funerária apresenta uma planta de morfologia circular, paredes revestidas por lajes de calcário dispostas na vertical e uma pedra de fecho. O corredor conserva um muro de pedras no lado Sul e um degrau constituído por duas lajes de calcário, que permite o acesso ao setor central. Este setor confina com duas câmaras ou nichos laterais, localizadas a Norte e a Sul, respetivamente. Estas câmaras são parcialmente escavadas no substrato geológico, tendo a base forrada por lajes de calcário. Posteriormente, edifica-se um tholos, constituído por câmara, corredor e átrio. A câmara apresenta uma morfologia circular, com cerca de 5 m de diâmetro, delimitada por muros constituídos por lajes de calcário dispostas na horizontal e uma cobertura em falsa cúpula sustentada, provavelmente por poste central. O corredor teria cerca de 3,5 m de comprimento, contatando com a câmara funerária por uma entrada estreita, formada por dois blocos de calcário. O corredor apenas conserva vestígios dos muros laterais, podendo originalmente ter sido coberto por lajes de calcário. O átrio corresponde a uma área ampla, de morfologia ovalada e disposição sinuosa, com muros laterais, que diminuem progressivamente de altura na direção do corredor. Esta área poderia ser aberta ou coberta por uma estrutura elaborada em materiais perecíveis, encontrando-se a entrada demarcada por lajes em cutelo. No exterior do átrio e na direção do muro Norte, a intervenção arqueológica de 1979 permitiu identificar também os vestígios da mamoa, constituída por uma camada de pedras calcárias de dimensões diversificadas, mas maioritariamente pequenas que consolidam o monumento. Na encosta Sudoeste do Outeiro das Mós, a cerca de 100 m do monumento megalítico, foi identificado, na década de 1960, bem como em 2018, um conjunto de artefactos pré-históricos à superfície do terreno, composto por peças em sílex, fragmentos de cerâmica e fragmentos de placas de xisto com decoração geométrica, cronologicamente enquadrados no Neolítico Final / Calcolítico. A identificação destes materiais nas proximidades do Monumento pré-histórico da Praia das Maçãs levanta a hipótese de existirem outros sepulcros de cronologia e tipologia semelhante na mesma colina, ou de contextos de ocupação com distintas características funcionais.
Terrestre
A partir da Praia das Maçãs, seguir pela Avenida Eugene Levy, virar à direita na Avenida António Garcia de Castro, virar na primeira à direita em direção à Rua Afonso Banheiro.
Na câmara ocidental (gruta artificial) o conjunto artefactual registado é composto por micrólitos geométricos, lâminas, pontas de seta de base triangular, raros artefactos de pedra polida, contas de colar, alfinetes em osso, placas de xisto gravadas e recipientes cerâmicos, com destaque para as formas carenadas e em calote esférica, integrando-se nas tradições culturais do Neolítico final. Na câmara funerária da tholos, o conjunto material é mais abundante e significativo, sendo composto por taças e copos cerâmicos com decoração canelada, raros artefactos de pedra polida, pontas de seta, alabarda e dardo de sílex, artefactos votivos de osso e de calcário (vasos, ídolos cilíndricos e ídolos semi-cilíndricos, lúnula e enxó encabada). A maioria dos materiais deste conjunto enquadra-se nas inovações artefactuais e simbólicas do Calcolítico, embora se evidenciem ainda alguns elementos conectados com as tradições neolíticas anteriores.
Museu Regional de Sintra
ZEP - Zona Especial de Protecção
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S - 00146 e 2018/1(171)