Cabeço do Lameirão

Sítio (1172)
  • Tipo

    Villa

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Castelo Branco/Penamacor/Meimoa

  • Período

    Romano

  • Descrição

    No topo de um esporão/plataforma sobranceiro a pequenas linhas de água foram identificados alguns fragmentos de cerâmica comum (dolia) e de construção (tegulae), terra sigillata hispânica e uma mó manual rotativa, dispersos por uma área aproximada de 10.000m². Mário Bento (1978: 87) terá aqui descoberto em 1968, no decurso de escavações que promoveu, "alicerces de uma grande construção com um enorme bloco de granito mal aparelhado, com cerca de 1,46m de comprimento e 0,26m de diâmetro" que chega a classificar como "menhir fálico" (1989: 432 e 437, fig. 6); faz ainda referência a bases, fustes, capitéis de colunas e abundante material cerâmico. Jorge de Alarcão (1988 b: 4/375) diz que este local poderá corresponder ao vicus Venia referido numa epígrafe publicada por Curado (1979: 145-148); se assim fosse, "uma inscrição votiva a Iuppiter Solutorius (Bento, 1971: 359-360), reutilizada num prédio da Meimoa, e duas inscrições funerárias incorporadas na ponte sobre a ribeira de Meimoa (Bento, 1971: 359-360; Vaz, 1977: 11-12 e 15-16), provirão deste local". Cristóvão (1992: 40-41, n.º 49) refere abundantes fragmentos de tegulae, imbrices, tijolos, alguns blocos de granito aparelhados, um fragmento de placa de mármore, cerâmica comum (incluindo dolia), sigillata hispânica, sigillata hispânica tardia (Drag. 37b), sigillata clara D (hayes 59 a), mós e abundante escória de ferro; classifica o sítio como villa (defende então que o vicus Venia deveria situar-se exactamente no lugar da povoação de Meimoa). No Museu Municipal de Penamacor, e registados como do Alto do Lameirão (descobertas associadas a uma sepultura rectangular), encontram-se alguns materiais; pote, prato e lucerna, em cerâmica, e copo, em vidro. Na sequência deste achado foi levada a cabo, em 1992, uma intervenção no local promovida pelo IPPAR (Zona Centro). Segundo o relatório da escavação, dirigida por Artur Corte Real, foram então postas a descoberto três sepulturas romanas, cavadas no substrato xistoso, paredes levantadas com lateres e laje(s) de xisto a servir de tampa; no interior destas sepulturas (pertencentes a "um espaço de enterramento de cariz familiar") encontravam-se "elementos osteológicos calcinados, resultantes de cremação" e algumas peças em cerâmica (potes, pratos, lucerna) e vidro e ainda uma moeda cunhada ao tempo do imperador Constantino II (337-340).

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Lugar do Cabeço do Lameirão, junto ao caminho da "Ponte de Pedra" que segue para Meimão, numa pequena elevação no sítio onde se ergue uma antiga habitação, que hoje serve de refúgio ao gado.

  • Espólio

    Fragmentos de construção (tegulae, imbricis, lateres, etc) de cerâmica comum, pesos de tear, ara inscrita, moedas (?), capiteis, bases de colunas, etc.

  • Depositários

    Museu Municipal de Penamacor

  • Classificação

    -

  • Conservação

    -

  • Processos

    S - 01172, 2000/1(069) e 81/1(008)

Trabalhos (1)

Bibliografia (6)

Epigrafia das Beiras. Conimbriga (1979)
Estações arqueológicas romanas de Meimoa (Beira Baixa). Estudos de Castelo Branco (1978)
Inscrições romanas de Meimoa - Beira Baixa. Crónica del 13º Congreso Nacional de Arqueologia, Huelva, 1973 (1975)
Lápide romana encontrada em Meimoa. Actas do 2º Congresso Nacional Arqueologia, Coimbra, 1970 (1971)
Novos achados arqueológicos em Meimoa e Benquerença (Penamacor). Actas do 1º Colóquio Arqueológico de Viseu (1989)
Testemunhos da ocupação romana na região de Meimoa (Beira Baixa). Crónica del 14º Congreso Nacional de Arqueologia, Victoria, 1975 (1977)

Fotografias (0)

Localização