Cabeço das Fráguas

Sítio (3625)
  • Tipo

    Povoado Fortificado

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Guarda/Guarda/Benespera

  • Período

    Idade do Bronze - Final, Idade do Ferro e Romano

  • Descrição

    Instalado no topo de um maciço granítico bem destacado que marca o rebordo da Meseta, plataforma da cumeada do Cabeço das Fráguas. O seu campo visual prolonga-se para além do Sabugal e controla os vales de acesso à Cova da Beira. Tem sido repetidamente interpretado como local de culto indígena desde época pré-romana. Facto justificado pela presença da famosa inscrição rupestre em caracteres latinos mas em língua designada de lusitana, datada do séc. II d.C., referindo um sacrifício suovitaurilia (Curado, 1996: 158). O tecto descreve uma oferenda a divindades indígenas, de uma ovelha, de um leitão, de uma vitela, de um cordeiro de um ano e de um touro de cobrição, feita por alguém em circunstâncias desconhecidas, algures no século II d.C. Transmite-nos o tipo de sacrifício, com raízes indo-europeias, conhecido entre os romanos por suovetaurilia. A ocupação pré-romana não é muito clara. De notar a existência de um pano defensivo, em boa parte da encosta, e de uma porta voltada a Poente. Apesar de referenciada por diversos autores, nenhum assegura uma datação pré-romana para a sua construção. A escavação realizada por Adriano Vasco Rodrigues em meados do século transacto, parcamente publicada (Rodrigues, 1959), não esclarece esta problemática. No entanto, a análise de alguns materiais recolhidos à superfície deixam antever que a sua ocupação poderá remontar à Idade do Bronze (Osório, 2005a). Diversos fragmentos de cerâmica manual e um elemento de foice de quartzito parecem revelar a existência de um povoado fortificado do I milénio a.C. Para além dos materiais romanos destaca-se a existência de fragmentos de cerâmica manual e de um moinho manual de vaivém. Da intervenção de Rodrigues apenas retemos o aparecimento de "cerâmica escura" que o autor data da II Idade do Ferro. No entanto, Marcos Osório (2005) dá conta do achado de um excerto de quartzito lascado com serrilha (elemento de foice?) e um fragmento cerâmico com decoração incisa de "linhas cozidas", que segundo o mesmo poderá recuar ao Bronze Médio ou Bronze Final.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    O melhor acesso é realizado a pé, por algumas veredas existentes na encosta noroeste.

  • Espólio

    Materiais romanos, fragmentos de cerâmica manual e um moinho manual de vaivém. Rodrigues refere o aparecimento de "cerâmica escura" que data da II Idade do Ferro. Marcos Osório (2005) dá conta do achado de um excerto de quartzito lascado com serrilha (elemento de foice?) e um fragmento cerâmico com decoração incisa de "linhas cozidas", que segundo o mesmo poderá recuar ao Bronze Médio ou Bronze Final, e uma inscrição de carácter votivo.

  • Depositários

    -

  • Classificação

    -

  • Conservação

    Bom

  • Processos

    S - 03625, 2006/1(186), 2021/1(401) e S - 01140

Bibliografia (6)

Génese e Transformação da Estrutura do Povoamento do I Milénio a.C na Beira Interior (2006)
Inscrição tipo "porcom" e aras anepígrafes do Cabeça das Fráguas (Guarda). Humanitas (1960)
L' inscription du Cabeço das Fráguas et la language de los Lusitaniens. Études Celtiques (1967)
La inscripción del Cabeço das Fráguas y la lengua de los Lusitanos. Actas del III Coloquio sobre las lenguas y culturas paleohispanicas (1985)
O Povoamento Romano do Alto Côa (2000)
O castro de Cabeço das Fráguas e a romanização das suas imediações. Beira Alta (1959)

Fotografias (0)

Localização