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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Ribat
Faro/Aljezur/Aljezur
Medieval Islâmico
O Ribat da Arrifana localiza-se numa península isolada, delimitada por altas escarpas que caem verticalmente sobre o Oceano Atlântico, em frente à laje designada por pedra da Atalaia, a cerca de 6 km a ocidente da vila de Aljezur, numa paisagem agreste e pouco antropizada. Esta implantação dotava-o de um importante papel no controlo e defesa do litoral, permitindo um modo de vida isolado e regrado. Os trabalhos no local, desenvolvidos desde 2001, permitiram identificar diversas estruturas religiosas e domésticas e um conjunto diversificado de materiais, alguns dos quais com evidências de acentuada religiosidade, cronologicamente enquadrados no século XII (período Medieval Islâmico: Almorávida / Almóada), que permitiram interpretar este sítio como um ribat (estrutura militar e religiosa islâmica), possivelmente fundado por Ibn Quasi. O Ribat da Arrifana organiza-se em quatro áreas, com construções bem adaptadas à topografia do terreno, com diferentes funções. Na entrada identifica-se um grande pátio com duas mesquitas e um conjunto de compartimentos retangulares localizados a Sudeste (Madrasa - escola corânica). A Este destas estruturas identificou-se uma necrópole com cerca de 65 sepulturas, que numa primeira fase seriam circundadas por um muro, e uma estrutura para lavagem e preparação dos defuntos. As sepulturas apresentavam planta de morfologia retangular ou trapezoidal, com dimensões diversificadas, sendo cobertas por tumuli de terra, delimitadas por lajes de xisto e marcadas por estelas, algumas das quais epigrafadas. Os enterramentos eram individuais, com o corpo depositado em decubitus lateral, estendido sobre o lado direito, com orientação Sudoeste / Nordeste e com o rosto virado para Sudeste (Meca). No lado Sul da península, numa área estreita e inclinada identificaram-se vestígios de quatro mesquitas, uma das quais de grandes dimensões, de plantas retangulares, compartimentadas, com mirhab a indicar a quibla, na mesma parede que a entrada. Para além destas estruturas de cariz claramente religioso, identificou-se um conjunto de estruturas retangulares com vários compartimentos, algumas das quais com pátio, com funções habitacionais, que apresentam afinidades arquitetónicas com as casas do castelo de Salir. Num relevo sobranceiro ao mar, a alguns metros das edificações referidas, localizava-se uma pequena mesquita, com compartimentos anexos. Na extremidade da península, a área mais exposta ao mar e eventualmente a mais sagrada, encontra-se uma pequena mesquita com minarete de planta circular. As estruturas descritas eram construídas em taipa sobre fundações pétreas, com pavimentos maioritariamente de terra batida e revestimentos de madeira com telhas de canudo. A sequência construtiva do ribat organiza-se em três fases, com a ampliação e renovação de espaços e estruturas, especialmente visível nos vestígios da mesquita de grandes dimensões. As características arquitetónicas do ribat da Arrifana apresentam semelhanças com o ribat andaluz de Guadamarra (Alicante), no seu urbanismo aberto, ausência de muralha defensiva e na adaptação à orografia do terreno onde se implanta, inspirando-se nos ribats identificados no Norte de África. Os artefactos recolhidos nas várias fases de escavação, que surgem em menor quantidade do que o habitual em contextos habitacionais, refletem a diversidade de atividades desenvolvidas no ribat (preparação e consumo de alimentos, pesca, recoleção de moluscos, caça e atividades de fiação e tecelagem), bem como a sua importância religiosa (placas de xisto epigrafadas integradas em estruturas arquitetónicas, grande quantidade de candis, amuletos e pequenas inscrições expressando a fé em Deus). Os responsáveis do projeto de investigação no ribat da Arrifana, Rosa Varela Gomes e Mário Varela Gomes associam este sítio ao percurso religioso e militar de Ibn Quasi, considerando que o seu abandono ocorre após a sua morte, em torno de 1151. (actualizado por C. Costeira, 09/05/2018).
Terrestre
Estrada para o Vale da Telha (Aljezur) e, a partir daí, estrada até à Ponta da Atalaia. Os últimos dois km são em estrada batida.
Fragmentos cerâmicos (taças, púcaros, jarros ou jarras, alguidares e panelas) simples em termos formais e decorativos enquadráveis nos séculos XII-XIII, candis, garrafa vidrada, cossoiros, pesos de tear, rolos de chumbo, objectos metálicos de osso e de pedra.Estelas epigrafadas. Vestígios de faunas mamalógicas e mamacológicas, principalmente de moluscos.
Associação de Defesa do Património Histórico e Arqueológico de Aljezur e Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
Classificado como MN - Monumento Nacional
Em Perigo
S - 06924 e 88/1(225)