Alcalar 4

Sítio (7234)
  • Tipo

    Tholos

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Faro/Portimão/Mexilhoeira Grande

  • Período

    Calcolítico

  • Descrição

    O monumento megalítico designado por Alcalar 4 corresponde a um tholos, integrado na grande necrópole megalítica localizada na envolvente do povoado pré-histórico de Alcalar (CNS 2781). Este monumento situa-se a sul do monumento Alcalar 1 (CNS 11310), integrando o núcleo central da referida necrópole, constituído por cinco outras estruturas funerárias (Alcalar 2 - CNS 4298, Alcalar 3 - CNS 3512; Alcalar 5 - CNS 7241; Alcalar 6 - CNS 7245 e Alcalar 10 - 7232). Este monumento funerário tipo tholos, primeiramente identificado por Estácio da Veiga (1889), orientado a sudeste, apresenta um átrio aberto e intratumular, formado por dois pares de esteios, e um par de menires colocados lateralmente, com vestígios de decoração (estes elementos pétreos podem ter sido reutilizados de ocupações mais antigas da área envolvente), que dificultam a passagem para o corredor ortostático, com cerca de 5,40 m de comprimento, segmentado por dois tramos. O último segmento do corredor parece funcionar como uma antecâmara, com cerca de 1m de comprimento, formada por grandes monólitos e por troços de muros de alvenaria de pedra, sendo o acesso à câmara efetuado por um degrau. A câmara apresenta uma planta circular regular, com chão rebaixado, paredes internamente em alvenaria de lajes de xisto e arenito, com dois nichos laterais, elevados cerca de 1 m do solo. Esta estrutura apresenta uma cobertura construída com o sistema de falsa cúpula. No exterior, identificava-se uma mamoa, com cerca de 20 m de diâmetro, constituída por pedras de calcário de diferentes dimensões, que cobria o tholos. O interior deste monumento foi perturbado em época romana, o que condicionou a preservação dos contextos e materiais funerários pré-históricos. No topo do corredor, junto à câmara, identificaram-se vestígios de uma sepultura romana, com fragmentos de uma urna de vidro, pequena conta de vidro azul e uma moeda, provavelmente do tempo do Imperador Cláudio. As características arquitetónicas deste monumento megalítico e os materiais pré-históricos recolhidos (lâminas com revestimento de ouro, artefactos de marfim e âmbar e uma ponta de cobre de tipo Palmela) no seu interior permitem enquadrá-lo cronologicamente numa fase avançada do Calcolítico (2500 - 2000 a. C.), correspondendo ao período de ocupação mais intensa da necrópole de Alcalar. Atualmente encontram-se visíveis vestígios da câmara e os dois monólitos que assinalam a entrada do tholos Alcalar 4. (actualizado por C. Costeira, 13/07/2018)

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    O monumento localiza-se na povoação de Alcalar.

  • Espólio

    Ossos humanos e faunísticos. Materiais calcolíticos: duas lâminas revestidas a ouro, artefactos de marfim e âmbar, ponta de cobre de tipo Palmela. Materiais da sepultura romana: fragmentos de urna de vidro incolor, uma pequena conta de vidro azul, uma moeda provavelmente do tempo do imperador Cláudio.

  • Depositários

    Museu Arqueológico e Lapidar Infante D. Henrique e Museu Nacional de Arqueologia

  • Classificação

    Classificado como MN - Monumento Nacional

  • Conservação

    Regular

  • Processos

    S - 02781, S - 06182 e S - 11303

Bibliografia (9)

Alcalar - Monumentos Megalíticos. Roteiros da Arqueologia Portuguesa (2007)
Alcalar - um projecto para o conhecimento, salvaguarda e promoção de uma paisagem cultural no Algarve. Al-madan, 16 (2008)
Antiguidades Monumentaes do Algarve. Vol III (1889)
Concelho de Portimão - Levantamento do Património Móvel e Imóvel de Interesse Relevante para o Estudo da História Local (2001)
El asentamiento prehistórico de Alcalar (Portimão, Portugal). la organización del territorio y el proceso de formación de un estado pristino en el tercer milenio A.N.E. (2014)
Levantamento Arqueológico-Bibliográfico do Algarve (1988)
Megalitismo e Metalurgia. Os tholoi do Centro e Sul de Portugal. Terra e Água, Escolher Sementes, Invocar a Deusa. Estudos de Homenagem a Victor S. Gonçalves. (2016)
Megalitismo e metalurgia no alto Algarve oriental, uma aproximação integrada. Estudos e Memórias (1989)
Sítios Arqueológicos Portugueses Revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-Madan (2016)

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Localização