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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Gruta Natural
Évora/Montemor-o-Novo/Santiago do Escoural
Paleolítico Médio, Aurignacense, Solutrense, Neolítico Antigo e Neolítico Final
A gruta do Escoural integra um conjunto arqueológico, constituído por um núcleo rupestre (CNS 16049), um povoado (CNS 16049) e um monumento funerário tipo tholos (CNS 625). A gruta do Escoural corresponde a uma cavidade natural formada num afloramento granítico, implantado numa vasta faixa de calcários, apresentando uma planta irregular, constituída por uma rede labiríntica de várias salas e galerias com diversos andares, localizada sob uma colina que se eleva sobre a peneplanície alentejana, o que lhe conferia uma posição estratégica no território envolvente. Este espaço apresenta uma longa diacronia de ocupação (Paleolítico Médio ao Calcolítico Final), com diferentes funcionalidades, mas com um forte pendor simbólico. Terá sido esta diversidade de ocupações e a identificação cronologicamente desfasada dos vários contextos (gruta, santuário, povoado) que contribuiu para a sua inventariação separada. Os vestígios arqueológicos mais antigos identificados no interior desta gruta remontam ao Paleolítico Médio (47 000 a.C.), encontravam-se em duas galerias junto a uma abertura natural orientada a sudeste e correspondem a um conjunto de artefactos de quartzo e sílex talhados e restos faunísticos (como equídeos, cervídeos e auroques). Estes indícios poderão corresponder a um abrigo temporário de pequenos grupos de caçadores recolectores neanderthais. No Paleolítico Superior (25 000 - 15 000 a.C.), a gruta do Escoural tornou-se um "santuário rupestre", o mais ocidental da Europa, apresentando um conjunto de gravuras e pinturas numericamente expressivo e estilisticamente diversificado, com diferentes momentos de execução, entre a grande sala e as galerias adjacentes. Os motivos representados correspondem a figuras de animais, principalmente equídeos, bovídeos e caprinos, algumas das quais com carácter naturalista e composições geométricas (reticulados, escaliformes, entre outras). As técnicas decorativas são variadas, nomeadamente pinturas a negro (pigmentos obtidos a partir de matéria orgânica ou mineral) e vermelho (ocre e óxidos de ferro) e gravuras com diferentes tipos de traços. Estas técnicas podem coexistir, ou sobrepor-se, mas não se associam a uma mesma figura. Na análise destes motivos artísticos observa-se que algumas figuras têm sinais de reavivamento, ou que se encontram sobrepostas, reforçando a longa diacronia de execução e estruturação. No que se refere a materiais associados a esta fase de ocupação identificaram-se raros artefactos em sílex e osso. Após um longo hiato da presença humana nesta gruta, registaram-se alguns fragmentos de recipientes cerâmicos com decoração cardial e impressa, enquadráveis no Neolítico Antigo. A parca quantidade de materiais associados a este período cronológico dificulta a interpretação desta ocupação, eventualmente de cariz simbólico. No Neolítico final (3500 - 3000 a. C.) a gruta do Escoural foi utilizada como necrópole coletiva, com a deposição regular de indivíduos (inumações primárias à superfície ou secundárias de conjuntos de ossadas) pertencentes a uma ou mais comunidades, acompanhados de espólios votivos. A componente artefactual destes espólios era composta maioritariamente por recipientes cerâmicos, artefactos de pedra lascada (utensílios laminares e geométricos), polida (machados, enxós e goivas) e elementos de adorno em pedra, osso e conchas. Esta utilização funerária do interior da gruta é contemporânea da elaboração de gravuras rupestres no exterior. No Calcolítico (2900 - 2000 a. C.), a gruta do Escoural estaria encerrada, desenvolvendo-se as ocupações no exterior, com a edificação de um povoado fortificado no topo da colina e de uma estrutura funerária tipo tholos nas imediações. A longa diacronia pré-histórica e as características ímpares das ocupações da gruta do Escoural, permitem atribuir-lhe um importante papel simbólico na estruturação das transitabilidades e povoamento do território centro alentejano. A gruta do Escoural foi descoberta em 1963 de forma oca
Terrestre
À saida da povoação do Escoural, na estrada para Évora, a cerca de 4 Km da sede da freguesia.
Paleolítico Médio:artefactos de quartzo e sílex talhados e restos faunísticos (como equídeos, cervídeos e auroques). Paleolítico Superior: raros artefactos em sílex e osso e restos faunísticos. Neolítico Antigo: fragmentos de recipientes cerâmicos com decoração cardial e impressa. Neolítico final: A componente artefactual dos espólios votivos era composta maioritariamente por recipientes cerâmicos, artefactos de pedra lascada (utensílios laminares e geométricos), polida (machados, enxós e goivas) e elementos de adorno em pedra, osso e conchas. Vestígios osteológicos humanos.
Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, Évora , Museu Nacional de Arqueologia e Museu do Convento de S. Domingos, Montemor-o-Novo
Classificado como MN - Monumento Nacional
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S - 00160, 91/1(152) e 98/1(280)