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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Vicus
Castelo Branco/Fundão/Capinha
Idade do Ferro e Romano
No topo de um esporão/plataforma próximo de nascentes e sobranceiro à confluência de linhas de água foram identificados alguns fragmentos de cerâmica comum (dolia) e de construção (tegulae), terra sigillata hispânica, silhares (incluindo almofadados), um peso de lagar e uma epígrafe, muito dispersos por uma área difícil de determinar (cerca de 2 hectares?). O achado de um conjunto epigráfico relativamente importante e a localização no trajecto (e num possível entroncamento) da via imperial Emerita-Bracara, tornaram a Capinha um dos sítios incontornáveis no quadro dos estudos sobre a ocupação romana destes territórios da Beira Interior. Sintetizam-se, em seguida, as principais referências publicadas de achados efectuados na Capinha (sítio que alguns autores, designadamente Alarcão, 1998 a: 147-148, consideram ter sido um vicus): - Inscrição funerária: H S E S T T L / MAEILO CAMALI F T D V TALABARA / FACTVM CVRAVIT PROGELA MAEILONI[S] F / ET DVTAIVS ARANTONI F (CIL II, 453; Proença, 1910 b: 53; Carvalho e Encarnação, 1994: 43-53; Ferreira, 2000 a: 72-73); - Inscrição votiva: [Q]VANGE[IO] / CAMI / RA BO / VTI F/ V L S (Vaz, 1977: 10-11, n.º IV; Curado, 1987: n.º 103, nota 2; Monteiro, 1978: 69 e 112 - encontrada servindo de banco na "Rua da Roseira, à porta da viúva de Sebastião Caldeira, na Capinha", tendo sido "trazida do Castelo"; Curado, 2004 b: 34-35); - Inscrição funerária: M DVTIA / TVRANI F / HEC SITA / EST (Almeida et alii, 2002 : n.º 311) - inscrição funerária: AMOENA LOVESI / F[ANN]O[RVM] XXVII H S / E S T T L LOVESIVS TA / NCINVS PATER F C (Vaz, 1977: 11-12, n.º V; Monteiro, 1978: 73-74 - "retirada da ponte da Meimoa"); - inscrição funerária: CABRVLAE PRISCI [F] / MATRI / PRISCA REBVRRI F / F C (Vaz, 1977: 15-16, n.º VIII; Monteiro, 1978: 76 - também reutilizada na ponte da Meimoa); - inscrição (romana?): ACE / RG (?) O (/) F (?) BA (Ramos, 1999: 160 - guardada numa casa na Portela); - aureus de Nero (Proença, 1910 a: 4); - plinto de pequena coluna e moinho manual completo (Monteiro, 1978: 69, 90, 112 e 128); - dois capiteis toscanos (ou bases ?) e uma moeda (denário?) (Cristóvão, 1992: 67-72, n.º 102). Os materiais à superfície são escassos mas encontram-se dispersos por uma vasta área sobretudo na cintura urbana a Sudoeste da Capinha. Caso tivesse aqui existido um núcleo urbano, este poderá encontrar-se, pelo menos parcialmente, sob a actual aldeia de Capinha. Uma das áreas com mais materiais à superfície (incluindo três pesos de lagar) poderá antes relacionar-se com um núcleo rural autónomo (talvez tipo quinta). Não se descarta também a hipótese de o núcleo urbano se posicionar num ponto mais elevado, na área do antigo Castelo; se assim fosse, os materiais que vemos no limite Sudoeste da povoação poderão antes relacionar-se com núcleos rurais posicionados no aro do vicus. Seja como for, face à alegada importância da Tapada de S. Pedro (sítio nas proximidades da Capinha), poderá ainda questionar-se se as duas inscrições encontradas na ponte sobre a Ribeira da Meimoa, ou mesmo a inscrição votiva CIL II 454, não estariam antes, originalmente, neste outro lugar (Cristóvão, 1992: 68). Exactamente do sítio da Capinha não será a inscrição publicada por Scarlat Lambrino (1956: n.º 42) nem o alegado miliário referido por Mário Saa (1964: 233); a primeira terá sido encontrada no sítio da Bica (Vasconcelos, 1917: 317) e o segundo talvez corresponda ao marco descoberto a caminho do Salgueiro (Coito de Cima). Luiz Cardoso, no seu "Diccionario Geografico" de 1747, a propósito de Capinha, "situada ao pé de huma serra, chamada Villa-Velha", refere que "tem este Lugar hum reducto, que se fez no tempo da Acclamação del ReY D. João IV, existe ainda hoje com quatro rebelins, sem guarnição alguma" (tomo II, p. 358). Os seguintes materiais foram identificados na povoação e no aro da aldeia: dois machados de talão, duas argolas, facas, pontas de seta e de lança em sílex e machados de pedra polida.
Terrestre
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Cerâmica comum (dolia), cerâmica de construção (tegulae), terra sigillata hispânica, silhares (incluindo almofadados), um peso de lagar, uma epígrafe, dois machados de talão, duas argolas, facas, pontas de seta e de lança em sílex e machados de pedra polida.
Museu Nacional de Arqueologia
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2000/1(069)