Fortaleza do Outeiro/ Castelo do Outeiro

Sítio (14742)
  • Tipo

    Castelo

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Bragança/Bragança/Outeiro

  • Período

    Idade Média

  • Descrição

    O monte do Castelo de Outeiro, cujo cume se eleva a cerca de 800m de altitude, é um ponto de inegável importância na paisagem do Nordeste Transmontano, com excelente controlo geo-estratégico, dominando toda a área norte do planalto de Argoselo-Outeiro. Da estrutura defensiva, representada por Duarte D'Armas nos inícios do século XVI, restam apenas alguns tramos de muralha. Sobre a sua fundação, pouco se sabe, ainda que a planta ovalada irregular do seu perímetro amuralhado permita data-la dos séculos XIII e XIV. No contexto da crise sucessória, que opôs D. Fernando e D. Henrique II de Castelam, em 1369, terá sido destruída. Já no contexto da Guerra da Restauração (1640-1668), em 1646, terá sido novamente saqueada, tendo sido descrita em 1659 como não tendo "casas em meio, nem as há no castelo, senão as em que vive quem governa, e algumas que servem de quarteis" (ANTT, Conselho de Guerra, Consultas, 1659, maço 19, "Rellação das Praças da Raya da Prouinçia de Tras os montes, do estado de suas fortificações da qual necessitam, e os Passos do Rio Douro", anexa à consulta de 20 de junho de 1659.). Em 1762, no contexto da Guerra dos Sete Anos, o Tenete General Marquês de Caballos terá mandado queimar as portas e todas as madeiras existentes, obrigando os moradores dos termos a colaborarem nos trabalhos de "---fornillos e minas, para a destruição do castelo e das muralhas circundantes (Felgueiras 1968:11), marcando assim o abandono d Castelo até á actualidade. Em 2019 foram realizados trabalhos arqueológicos com o intuito de compreender e estudar sítio arqueológico, e de estudar a humanização da região. Como principal dado arqueológico sobressai o excelente estado de conservação das ruínas identificadas na plataforma superior, mas também as da plataforma inferior, destacando-se desde logo a muralha tardo-medieval e a Capela de Santa Luzia. Da mesma maneira, afigura-se como extremamente relevante, quer para o conhecimento local, mas também regional, os contextos identificados do período da Idade do Ferro, que marcam o início da humanização do espaço e que sugerem prolongar-se até ao período tardo-romano/ Antiguidade tardia. Impõe-se especial referência ao cemitério identificado, de tradição cristã, quer pelas cronologias que lhe estão associadas - ao que tudo indica, entre a Antiguidade Tardia e a Alta Idade Média, mas também em relação ao seu potencial informativo, relacionado com a análise bioantropológica dos restos ósseos humanos, que permitem aceder a um vasto leque de conhecimentos sobre as populações pretéritas.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Pela EN 218-3, à entrada da povoação do Outeiro, seguindo por um caminho vicinal, à direita depois do lar de 3ª idade.

  • Espólio

    Foram recolhidos 2122 elementos de espólio diverso, na sua maioria espólio cerâmico, correspondendo a cerâmica utilitária para confecção e armazenamento, mas também cerâmicas de mesa, para consumo e serviço de alimentos. De uma forma geral, o conjunto das cerâmicas é constituído por fragmentos de pequena e média dimensão. No total absoluto da intervenção, o grupo da cerâmica comum, de distintas cronologias, constitui cerca de 75% do espólio recolhido (1608 fragmentos). Cabe destacar os espólios cerâmicos e metálicos da Idade do Ferro/Romano, destacando-se o conjunto de cerâmicas manuais, um fragmento de Terra Sigillata Hispânica tardia, uma fíbula em liga de bronze e uma amostra de sementes carbonizadas. No grupo medieval, destaca-se a presença de numismas da primeira e segunda dinastia, bem como um de Enrique III de Castela, a par de uma ponta de virote em ferro maciço. O grupo das faianças (2% do espólio recolhido) e das vidradas de chumbo (<1%) representam um conjunto de notável un

  • Depositários

    -

  • Classificação

    Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público

  • Conservação

    Mau

  • Processos

    S - 14742 e 99/1(524)

Bibliografia (4)

A Cultura Castreja no Noroeste de Portugal (1986)
Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança: arqueologia, etnografia e arte (1934)
O Leste do Território Bracarense (1975)
Povoamento Romano de Trás-os-Montes Oriental (1993)

Fotografias (0)

Localização