Relocalização/Identificação (2003)

Trabalho arqueológico
  • CNS

    5631

  • Tipo

    Relocalização/Identificação

  • Ano do trabalho

    2003

  • Projeto

    Relocalização, identificação e inspecção de sítios pela Extensão do IPA - Macedo de Cavaleiros

  • Estado

    Outros

  • Data de Início

    16/12/2003

  • Data de Fim

    16/12/2003

  • Objetivos

    Relocalizar e avaliar o estado de conservação dos sítios na extensão de Macedo de Cavaleiros

  • Resultados

    Conhecido localmente por Serra Alta, o também designado Castro de Santiago ou Castro da Serra do Variz é um povoado fortificado de médias dimensões, localizado no alto da serra de Variz, tendo uma excelente implantação estratégica, dominando visualmente para todos os lados um amplo troço do planalto mirandês, e tendo igualmente excelentes condições defensivas naturais, potenciadas pelas fortes vertentes e pela grande altura da serra, assim como pela muralha natural feita pela crista quartzítica em que se implanta. Supomos que as referências do abade de Baçal a um local chamado Vale de Crasto se refiram a este povoado, ainda que o topónimo se aplique a terrenos no sopé Noroeste da serra. O povoado estende-se longitudinalmente ao longo da crista quartzítica, de Sudoeste para Nordeste, com os acesso naturais a fazerem-se por ambos os extremos. No extremo Sudoeste foi aberto um estradão, que corta a muralha e entra dentro do povoado. O interior deste está densamente ocupado por mato e a potência estratigráfica parece ser boa, pelo que practicamente os únicos materiais arqueológicos que se encontram é nos revolvimentos feitos pela abertura do estradão, onde se encontram numerosas cerâmicas manuais da Idade do Ferro. Apareceu também um cossoiro de pedra, que foi recolhido no Museu de Mogadouro, e Sande Lemos refere o aparecimento de algumas cerâmicas a torno, que poderiam indicar um princípio de romanização ou uma eventual reocupação medieval do povoado. Este é defendido por uma única linha de muralha, que forma um recinto de forma elíptica, com um comprimento de aproximadamente 150 metros, adaptando-se e aproveitando os afloramentos naturais. O povoado estende-se ao longo de quase toda a crista quartzítica, desde o extremo Sudoeste, onde foi colocado o marco geodésico, até ao ponto mais elevado, quase no extremo Nordeste. O interior é dividido a meio por uma secção da crista quartzítica, a qual forma de um lado e doutro algumas plataformas, que aparentam estar em bom estado de conservação e terão provavelmente boa potência estratigráfica. O matagal dificulta a percepção da organização defensiva, mas é possível que o rochedo onde se implanta o marco geodésico tivesse um torreão, hoje quase imperceptível a não ser por alguns derrubes e materiais arquelógicos em cima do rochedo, e este torreão defenderia presumivelmente uma entrada deste lado do povoado. No extremo oposto refere-se a existência de um outro torreão no ponto mais elevado. Não nos pareceu que houvesse um torreão, mas sim que a muralha deverá fazer neste ponto um esporão para Norte, ao longo do topo da crista, formando um corredor para a entrada subjacente, que se abre no flanco Norte. Esta entrada fazia-se num curto espaço entre rochedos, defendido com uma muralha que neste ponto tem amplos derrubes. Na plataforma exterior à entrada existe um campo de pedras fincadas, razoavelmente bem conservado, apesar de muito coberto de terra e mato, e ser de difícil observação.

  • Responsável

    Mário Rui Oliveira dos Reis Soares

  • Co-Responsáveis

    -

  • Pessoas (relação)

    -

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