Relocalização/Identificação (2004)

Trabalho arqueológico
  • CNS

    3926

  • Tipo

    Relocalização/Identificação

  • Ano do trabalho

    2004

  • Projeto

    Relocalização, identificação e inspecção de sítios pela Extensão do IPA - Macedo de Cavaleiros

  • Estado

    Outros

  • Data de Início

    08/02/2004

  • Data de Fim

    08/02/2004

  • Objetivos

    Relocalizar e avaliar o estado de conservação dos sítios na extensão de Macedo de Cavaleiros

  • Resultados

    Povoado fortificado de médias/grandes dimensões, localizado num destacado cabeço cónico a meio da encosta Leste da Serra do Leiranco, sobranceiro ao vale alargado do rio Terva, sobre o qual tem uma excelente implantação estratégica. Tem também excelentes condições de defesa natural, com encostas íngremes e rochosas por todos os lados excepto do lado Oeste, onde enfrenta a serra, e por onde se faz o acesso natural. O sistema defensivo é composto por três linhas de muralha e um campo de pedras fincadas. Este encontra-se-se no princípio da encosta, no colo de acesso ao povoado, do lados Oeste e Noroeste, e encontra-se bastante degradado, com a maioria das pedras tombadas no chão, havendo poucas ainda fincadas in situ. A primeira linha de muralha inicia-se logo a seguir ao campo de pedras fincadas, e não rodeia o povoado na totalidade. As vertentes Norte, Leste, e parte da vertente Sul apresentam acentuada inclinação e grandes quantidades de rochedos, que formam defesa natural. A muralha inicia-se a meio da vertente Sul, e segue em semicírculo pela encosta sobranceira à zona de acesso, a Oeste. A meio da vertente Oeste, e até ao final da muralha, no princípio da vertente Norte, a muralha abandona o traçado linear em semicírculo e faz dois ou três ziguezagues entre rochedos. Nesta primeira muralha adivinham-se duas possíveis entradas, uma no princípio da vertente Sul, bem visível pela falha que se desenha no derrube, e outra no lado Oeste, entre dois rochedos, em frente ao acesso e às pedras fincadas. A segunda linha de muralha define a pequena plataforma da acrópole rochosa no topo do povoado, e é uma muralha bastante menos óbvia que a primeira. Ao contrário desta, parece definir-se por todos os lados, embora em muitos pontos pareça apenas fechar espaços entre rochedos. A Sudoeste nota-se um amplo derrube, e a Norte define-se claramente um talude acompanhado de derrube. Do lado Noroeste, sobre a zona de acesso, o espaço intermédio entre as duas linhas é o mais amplo e o que apresenta melhores condições de habitabilidade, para além da plataforma superior da acrópole. A encosta Sudeste é interrompida a meio por um destacado cabecinho rochoso, de forma cónica. A terceira linha de muralha faz uma asa neste flanco, formando uma ampla plataforma final que termina precisamente neste cabeço. Os materiais de superficie são extremamente numerosos em toda área do povoado, e podem dividir-se em dois grandes grupos, ambos amplamente representados: o primeiro composto por cerâmicas manuais da Idade do Ferro, geralmente de pastas claras, algumas brunidas, e um segundo grupo composto por cerâmicas claras e cinzentas da Alta Idade Média, feitas a torno. Algumas das cerâmicas da Idade do Ferro parecem apontar para uma incipiente romanização, sendo de destacar a ausência de tegulas. Salete da Ponte aponta este povoado, ainda que com dúvidas, como local de origem de uma fíbula de bronze romana, depositada no museu de Chaves. Refere-se ainda o aparecimento de moedas e de um machado de bronze, e João Baptista Martins refere ainda o aparecimento de um fragmento de sigillata.

  • Responsável

    Mário Rui Oliveira dos Reis Soares

  • Co-Responsáveis

    -

  • Pessoas (relação)

    -

Relatórios (-)