Relocalização/Identificação (2004)

Trabalho arqueológico
  • CNS

    3739

  • Tipo

    Relocalização/Identificação

  • Ano do trabalho

    2004

  • Projeto

    Relocalização, identificação e inspecção de sítios pela Extensão do IPA - Macedo de Cavaleiros

  • Estado

    Outros

  • Data de Início

    03/03/2004

  • Data de Fim

    03/03/2004

  • Objetivos

    Relocalizar e avaliar o estado de conservação dos sítios na extensão de Macedo de Cavaleiros

  • Resultados

    Povoado fortificado de grandes dimensões, localizado num grande e destacado cabeço em esporão na vertente Sul da serra do Leiranco, tendo uma excelente implantação estratégica e boas condições defensivas naturais. O cabeço tem uma forma elíptica alongada, estendendo-se de Nordeste para Sudoeste. Do lado Norte e Leste, virado para a serra, tem uma vertente inclinada mas pouco elevada. O topo do cabeço é uma vasta plataforma aplanada, com encostas declivosas a Noroeste e sobretudo a Sudeste, o lado mais inacessível. Pelo contrário, do lado Sudoeste, o topo do cabeço dá lugar a um esporão alongado, que vai descendo suavemente em direcção à estrada 103. Assim, este povoado tem duas zonas de acesso natural, em lados opostos, uma no colo de acesso da serra ao cabeço, pelo lado Norte, e outra a Sudoeste, no remate do esporão alongado, cerca de 60 metros abaixo do topo do cabeço. O sistema defensivo é complexo, adaptando-se às condições naturais. A linha de muralha interna segue pela linha de cumeada do topo do cabeço, estando presente em todos os lados, definindo o recinto superior do povoado, uma vasta plataforma aplanada de forma aproximadamente rectangular, com cerca de 140 por 120 metros de dimensão. A segunda linha de muralha apenas não está presente do lado Sudeste. Dos lados Noroeste ao princípio do lado Sudeste, passando pelo acesso Norte, esta muralha externa segue paralelamente e a curta distância da primeira muralha, a meia encosta. No entanto, quando chega ao esporão a Sudoeste, esta segunda muralha afasta-se da primeira e segue pela linha de cumeada do esporão, adoptando assim uma forma de "pêra", apenas incompleta do lado Sudeste. O espaço entre as duas linhas de muralha é desta maneira grandemente aumentado na zona do esporão Sudoeste, e a plataforma descendente que assim é formada é complementada pela presença de mais duas linhas de muralha, que apenas existem aqui, e que formam outros dois recintos internos. O sistema defensivo é ainda complementado pela existência de fossos e de campos de pedras fincadas. Todo o lado virado para a serra apresenta dois fossos, colocados um logo abaixo do outro, seguindo paralelamente às duas linhas de muralha. Dos lado Oeste e Noroeste, o segundo fosso, do lado externo, encontra-se ocupado por um caminho de terra batida. Um terceiro fosso, mais pequeno e menos profundo, e sem comunicação com os outros, apesar de estarem pouco distantes, encontra-se na zona de acesso no esporão Sudoeste. Por fim, o povoado tem duas zonas distintas com pedras fincadas. Uma ficava no acesso do esporão Sudoeste, logo abaixo do fosso, e todo o campo terá sido destruído pela abertura da EN 103 e do caminho de terra batida que aqui se inicia, não se encontrando actualmente vestígios. O outro campo de pedras fincadas fica na outra zona de acesso, e a julgar pela dispersão dos parcos vestígios visíveis, deveria ocupar toda a zona em frente às muralhas e aos fossos, desde o lado Oeste até, provavelmente, ao lado Leste. Para além do caminho de terra batida que segue paralelamente aos fossos, e que deverá ter destruído grande parte deste campo de pedras fincadas, a sua detecção é ainda dificultada pelo denso matagal que ocupa toda a zona lateral ao caminho. No entanto, numa pequena aberta na zona mais elevada do acesso encontram-se algumas pedras tombadas que deveriam integrar o campo. Já na vertente Noroeste encontra-se mesmo alguns pequenos núcleos de pedras fincadas ainda in situ. Toda a área interna do povoado, bastante afectada pelas florestações de que já foi alvo em tempos, encontra-se densamente preenchida por derrubes de estruturas, e os materiais de superfície são abundantes, avultando sobretudo as cerâmicas de época romana, com algumas cerâmicas manuais da Idade do Ferro à mistura. Na plataforma superior encontra-se uma casa circular escavada em 1955 por Avelino Miranda Júnior. No primeiro dos recintos do esporão Sudoeste encontram-se lado a lado outras duas outras casas circulares escavadas.

  • Responsável

    Mário Rui Oliveira dos Reis Soares

  • Co-Responsáveis

    -

  • Pessoas (relação)

    -

Relatórios (-)