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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Escavação
2017
PIPA/2013 - Arqueologia de Braga. Topografia, urbanismo e arquitectura
Relatório Aprovado
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Continuar a escavação das sondagens abertas nos anos de 2015 e 2016 na área envolvente do teatro na plataforma superior norte da Colina da Cividade, de forma a compreender a organização e cronologia das construções que se implantaram nesse setor da cidade romana de Bracara Augusta e que apontam para uma ocupação entre os séculos I e VII; prosseguir a tarefa de caracterização das estruturas tardo antigas detetadas na plataforma superior da Colina da Cividade; caracterizar as estruturas detetadas do seculo I, que se ordenam de acordo com os eixos da malha ortogonal, funcional e compreender a sua funcionalidade.
Julgamos que os resultados alcançados na campanha de 2017 podem ser considerados globalmente como bastante positivos, pois ajudaram a melhor percecionar algumas das questões que têm sido suscitadas pelas escavações realizadas na plataforma superior norte da Colina da Cividade, decorrentes da identificação do aqueduto de abastecimento de água às termas, construído no século II e da sua articulação com o conjunto das estruturas tardo antigas situadas na área nordeste da plataforma. Por outro lado, a nascente do aqueduto, mas também com ele vinculado, foi possível abordar novamente um conjunto de estruturas anteriores ao teatro, relacionadas com espaços habitacionais, cuja definição procuramos apurar, de forma a perceber como se estruturava esta área ao longo do século I. Na Área 1, os dados evidenciados merecem destaque na medida em que ajudam a compreender o tipo de construções que foram implantadas nesta zona na época fundacional da cidade. Estas estruturas inseriam-se na malha dos quarteirões que se estendiam a nascente do forum, que, como sabemos, foi rompida pela construção do complexo teatro/ termas, o que obrigou a uma reconfiguração completa daquele espaço. Observamos a continuidade da estruturas identificadas anteriormente e respetivos níveis associados e comprovámos a sua compartimentação, tendo-se avançado na definição da sua articulação com as construções posteriores, designadamente o aqueduto das termas e o teatro. Refira-se, igualmente, que os dados obtidos no conjunto da Área 1 contribuem para uma melhor definição da caracterização da malha urbana fundacional de Bracara Augusta. Já na Área 2, abordámos uma realidade completamente distinta, quer em termos cronológicos, quer em termos construtivos. Com efeito, nela foram tratados elementos relacionados com a ocupação tardo antiga deste setor da cidade, posterior ao abandono do teatro, com a sua função primeira, uma vez que sabemos hoje que, a determinada altura, o edifício foi ocupado parcialmente com novas funcionalidades. Os vestígios em questão, identificados já no decurso de campanhas anteriores, foram redefinidos, permitindo a individualização de distintos níveis de circulação e de vários níveis de abandono, que assumem um papel fundamental no entendimento da organização da área anexa ao teatro, onde foram construídas diversas construções residenciais e artesanais, articuladas de forma orgânica. Assim, esta intervenção, embora muito localizada e pontual, com meios muito parcos, à semelhança das anteriores, acaba por conseguir proporcionar dados bastante interessantes, comprovando a ocupação de todo o setor nordeste da Colina da Cividade desde a época fundacional da cidade até à Antiguidade Tardia. Com efeito, a informação disponível é duplamente pertinente, uma vez que, por um lado, revela uma forte ocupação datada do século I e anterior ao teatro, com características ainda não completamente compreendidas, mas que contamos poder vir a perceber melhor com novos trabalhos, e que, por outro, demonstra que esta zona voltou a conhecer uma ocupação intensa após o abandono do edifício, associada à construção de várias estruturas de cariz artesanal/habitacional, datadas do período tardo antigo.
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Fernanda Eugénia Puga de Magalhães, Jorge Manuel Pinto Ribeiro e Maria Manuela dos Reis Martins
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