Prospeção (2019)

Trabalho arqueológico
  • CNS

    4655

  • Tipo

    Prospeção

  • Ano do trabalho

    2019

  • Projeto

    PIPA/2019 - Povoamento em Oliveira de Azeméis 2

  • Estado

    Relatório Aprovado

  • Data de Início

    -

  • Data de Fim

    -

  • Objetivos

    -

  • Resultados

    O Castro de Ul situa-se num pequeno cabeço, cuja cota máxima está nos 105 metros, na confluência dos Antuã e Ul. Apesar de não possuir um domínio da paisagem característico dos povoados fortificados da Idade do Ferro, apresenta vertentes relativamente íngremes que lhe garantem uma boa defensabilidade natural, complementada pelo fato do cabeço ser delimitado parcialmente pelos rios Ul e Antuã. Em intervenções levadas a cabo no século XX foram identificadas algumas estruturas relacionadas com a ocupação do sítio em época romana, bem como um conjunto de artefactos que não só se enquadram cronologicamente no mundo romano, como sugerem a existência de ocupações anteriores, tanto da Idade do Ferro como da Pré-história Recente, ao longo do terceiro milénio antes de Cristo. À ocupação durante o Calcolítico/Idade do Bronze estão associados os utensílios em sílex recolhidos durante os trabalhos da década de 1980, nomeadamente, lascas, lâminas, raspadores e núcleos, assim como um machado em pedra polida. Apesar de não terem sido identificadas estruturas habitacionais, há, pelo menos, uma base de lareira que corresponderá à ocupação do sítio durante este vasto período. Desde 2014 têm vindo a ser realizadas, anualmente, campanhas de escavação arqueológica em diversos pontos do povoado, conjugadas com campanhas de prospeção geofísica e geoquímica. Face aos dados disponíveis, tanto das escavações realizadas na década de oitenta do século XX, como das campanhas de geofísica e geoquímica, as intervenções realizadas em 2014 e 2015 tiveram lugar na plataforma de topo do cabeço, junto a uma área já escavada onde eram visíveis estruturas de planta ortogonal, que teriam tido uma ocupação em época imperial, século III d.C. (Marques, 1989). No âmbito desses trabalhos não se identificaram níveis de ocupação ou alicerces de construções. Por sua vez, o espólio recolhido é pouco numeroso e apresenta-se bastante rolado, porém aponta, igualmente, para uma cronologia de ocupação em época imperial (De Man, Tavares, Carvalho, 2017). O que não foi possível foi atestar a possibilidade de uma ocupação em época Romana Republicana (Marques, 1989). Considerando estes dados, pressupõe-se que o solo tenha sido alvo de sucessivos revolvimentos que terão degradado os vestígios ali existentes. Uma outra possibilidade, consiste na plataforma de topo ser destinada a um uso comunitário, com uma menor densidade de edificações, explicando-se, deste modo, a ausência de estruturas e o espólio pouco abundante (De Man, Tavares, Carvalho, 2017). Em 2016, optou-se por uma abordagem diferente, transferindo a área a escavar para uma plataforma intermédia, conhecida como a "corredoura", para um local onde a geofísica assinalou a existência potencial de estruturas. No final da campanha de 2016, o espólio recolhido continuava a não ser muito numeroso, porém os trabalhos terminaram quando foi atingida uma camada de derrube que se estendia por toda a área da sondagem. Esta situação deixava antever a possibilidade de existência, não só de estruturas, mas também, de níveis de ocupação preservados (De Man, Tavares, Carvalho, 2017). As intervenções realizadas em 2017 e 2018 permitiram confirmar a existência de estruturas preservadas. Parte delas parecem corresponder a uma fase tardia de ocupação do povoado, encostando a outras que parecem ser mais antigas. De notar a escavação de uma porta na estrutura que corresponde a uma das linhas de muralha identificadas por Maia Marques e Fernando Silva. As estruturas mais recentes parecem corresponder a um momento de reforço dessa muralha alargando a sua espessura e suportando-a através de contrafortes. Esta é, no entanto, uma hipótese a carecer de validação, através do alargamento da área de escavação. Os materiais recolhidos, apesar da sua reduzida quantidade parecem apontar para uma ocupação romana imperial.

  • Responsável

    João Tiago Rodrigues de Almeida Tavares

  • Co-Responsáveis

    -

  • Pessoas (relação)

    -

Relatórios (-)