Taco 1

Monumento Megalítico - Neolítico Final (finais do V milénio / inícios do IV milénio a. C.) (1071)
O monumento megalítico do Taco 1 (que integra a necrópole das Mamoas do Taco) localiza-se na Zona industrial de Albergaria-a-Velha (Albergaria-a-Velha, Aveiro).Geograficamente insere-se no Centro Norte Litoral, mais concretamente na "plataforma de Albergaria". Esta área inclinada para Oeste encontra-se limitada por pequenos relevos, com orientação NS, desde Fradelos (a Norte) à Srª do Socorro (a Sul). O monumento localiza-se numa área antes florestada a qual, em inícios do século XX, era designada "pinhal das mamoas". Este monumento foi identificado por Patrício Theodoro Álvares Ferreira que em 1911 convida Leite de Vasconcelos a visitar o local. Este investigador publica em 1912 uma pequena nota sobre o conjunto das Mamoas do Taco, referindo a existência de três mamoas de grande diâmetro e pouco altas. Destaca a ausência de pedras e que não são visíveis os esteios dos dolmens. Em 1985, na sequência das obras para o loteamento da Zona Industrial, ocupando agora uma zona de eucaliptal, é promovida uma intervenção de emergência, efetuada por F. Pereira da Silva, que numa primeira visita ao local, constata que a mamoa 2 tinha sido destruída, e as mamoas 1 e 3 se encontravam em relativo bom estado, mas sinais de violações. A mamoa 1 do Taco, a mais ameaçada pela abertura dos acessos à zona industrial, foi então intervencionada, sendo delineadas ações de conservação e proteção dos monumentos. No entanto, apenas em 2014 o sítio foi alvo de uma intervenção de escavação, conservação e restauro a cargo de Pedro Sobral de Carvalho e Vera Moreira Caetano. A área estava então transformada em depósitos de lixo e a abertura de um arruamento havia cortado a mamoa em cerca de 6m. Os trabalhos efetuados (1985 e 2014) revelaram uma mamoa de planta circular, constituída por terras argilosas, com 34m de diâmetro e 2,20m de altura máxima, sem carapaça pétrea exterior, mas com uma estrutura pétrea intermédia, identificada nos trabalhos de 2014. O tumulus cobria uma câmara poligonal alongada, de planta naviforme, composta por 9 esteios, com 3,60m de comprimento por 2,70m de largura e abertura a sudeste. O espaço interior da câmara terá sido rebaixado intencionalmente, e preenchido com uma"fina camada de areia", onde foi recolhido a maioria do espólio. Este, pelas suas características, parece apontar para os momentos iniciais do megalitismo do Centro de Portugal. Não foram identificados vestígios de contrafortagem dos esteios, o que se poderá explicar pela utilização de esteios relativamente pequenos e de terras argilosas, mais espessas em torno da câmara, que poderiam funcionar como contraforte. Na campanha de 1985 foi identificado um esteio (nº 3) com quatro figuras formadas por arcos de círculo concêntricos, gravadas na metade superior. Na intervenção de 2014 foram identificadas outras manifestações artísticas nos esteios: nº 1 - dois conjuntos de sulcos paralelos, picotados; nº 2 - Figura sub-rectangular com cantos arredondados, da qual parte uma linha do canto inferior esquerdo. Também apresenta uma figura composta por dois traços paralelos verticais unidos no topo por um traço horizontal. Junto ao ângulo superior direito foi gravado um pequeno apêndice. Nº 3 - para além da figuração formada por arcos de círculo concêntricos, na base do esteio foi gravado um motivo reticulado (30X17cm), que apresenta três secções horizontais, e em que a secção superior e a inferior ostentam três linhas verticais, uma das quias atravessa a secção mediana. Nº 4 - possível gravura constituída por dois conjuntos de depressões lineares. Nº 5 - retângulo de cantos arredondados (14X10cm), picotado. [atualizado por II, 4/03/19]

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O sítio está preparado para receber visitas. Presença de paineis explicativos no local.

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    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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