São Martinho de Dume

Basilica - Roman Period, Early Middle Ages, Modern Age, Contemporary Period, Late Antiquity e Late Middle Ages (3658)
As ruínas arqueológicas de São Martinho de Dume estão localizadas no lugar do Assento, a cerca de 3 km da cidade de Braga. Englobam um conjunto de vestígios que vão desde o período romano à época contemporânea, destacando-se a parte de uma villa romana, de uma basílica cristã, e de um mosteiro e de uma necrópole alto-medieval. Os trabalhos arqueológicos (1987-2010) revelaram que a ocupação do espaço teve início com a fundação de uma villa romana, no século I-II, que se manteve ocupada até ao século VI. Deste período foi identificada uma área com compartimentos ortogonais (alguns pavimentados com argamassa tipo opus signinum), parte do sistema hidráulico de abastecimento de água e um balneário, de planta ortogonal e orientada a E-O, datado do século III-IV. Em meados do século VI (cerca de 550), é referido na documentação medieval a construção de uma basílica, pelo rei suevo Charrarico, como voto de agradecimento pela cura do filho. A existência deste edifício, consagrado a S. Martinho de Tours, foi comprovada arqueologicamente, ocupando, as suas ruínas, uma área superior a 750 m2. O edifício, construído em granito (33 m de comprimento e 21m de largura máxima) e planta em cruz latina, estava orientado a O-E, possuía cabeceira trilobada e uma só nave. A divisão interna dos espaços revelava a existência de três espaços bem diferenciados: a nave retangular, a quadra central e a capela-mor, distinção esta que estaria intrinsecamente relacionada com as práticas de culto em época suévica, que acentuavam a separação do santuário e do coro, reservado aos sacerdotes, da zona da nave, destinada aos fiéis. A basílica ostenta uma solução planimétrica baseada no modelo das igrejas orientais, perpetuado a partir do século VI, com bastante expressão pelo território ocidental europeu. A sua grande dimensão transmite a necessidade de afirmação do poder suevo e revela a conversão do rei ao cristianismo católico. C. de 558, São Martinho de Dume eleva a basílica a sede episcopal e a villa romana é adaptada a mosteiro, transformando o local num centro de difusão religiosa e cultural. A construção do mosteiro foi feita através da manutenção da estrutura pré-existente da villa, com algumas reformulações. Entre os testemunhos materiais deste momento cronológico encontra-se o pátio da entrada, no piso térreo, pavimentado com lajes monolíticas de granito e delimitado por tanques de água, bem como as escadas que davam acesso ao piso superior. É ainda de mencionar a manutenção do sistema hidráulico romano, de transporte e distribuição de água. Em torno da igreja foi identificada uma necrópole de inumação, atribuível ao período alto-medieval, caracterizada por enterramentos em caixa pétrea bem estruturada, de morfologia retangular e orientação E-O. Os leitos eram de terra ou tegulae e as coberturas compósitas ou de lajes graníticas. Destaque para a reutilização de uma tampa de sepultura com mosaico (datável dos sécs. V-VI), que serviu de cabeceira a três das sepulturas identificadas; e para um sarcófago monolítico de granito com decoração em baixo relevo nos frontais (datável dos sécs. VIII-XI). A arqueologia e as fontes documentais levam a crer que o mosteiro terá sido ocupado de forma ininterrupta até ao século IX. Em 911 o termo de Dume é delimitado por Ordonho II da Galiza e, no século XII, é restituído à diocese de Braga, altura marcada pela reedificação da igreja e da implementação do culto do santo dumiense. As obras ocorridas na igreja não modificaram o traçado geral da planta, tendo as alterações se materializado essencialmente na ampliação do templo, recorrendo a uma tecnologia construtiva e a uma organização do espaço interior distinta da que se verificava anteriormente. O complexo continuou a sofrer alterações ao longo do tempo, nomeadamente no século XVII-XVIII, aquando se dá a demolição da igreja medieval e a construção de um novo edifício no mesmo local. (atualizado S.Pereira 20-07-2020)

Overview

O Núcleo Museológico de São Martinho de Dume está aberto ao público, estando disponível um folheto explicativo e um conjunto de fichas lúdico- didácticas, de níveis de complexidade diferenciados, particularmente destinados a grupos escolares. Bilhete Normal: 1,50¿ Bilhete de criança, idoso e deficiente Entrada gratuita para grupos escolares, com visita guiada, mediante marcação por telefone ou e-mail. Este sítio integra o Roteiro Medieval de Braga.

Visit conditions

By booking

Timetables

Terça a Sexta - Das 14h00 às 17h00 Sábado - Das 14h00 às 17h00 Domingos - 9h30 às 10h30 (apenas 1º Domingo do mês)

Contacts

Documents

How to get there? Best practices

Best practices

Good practices when visiting archaeological sites

To visit an archaeological site is to connect with our origins, to understand our path and evolution as a species integrated in the environment, and to respect and safeguard our heritage so that future generations can also visit and enjoy it.

Walking the paths and enjoying the structures and archaeological pieces that survived over time, fosters the understanding of what is different, but also of what is common among different populations: basically, what identifies us as Homo Sapiens.

More than just vestiges and ruins of the past, archaeological sites showcase our capacity for creative thought, adaptation, interconnection, comprehension and resilience. Without these traits we would not have been successful as cultural beings participating in an ongoing evolutionary process. These sites also allow to consider choices made in the past thus contributing for decisions in the present to be made with greater awareness and knowledge.

Archaeological sites are unique and irreplaceable. These sites are fragile resources vulnerable to changes driven by human development. The information they keep, if destroyed, can never be recovered again.

As such, the Directorate-General for Cultural Heritage (DGPC) invites all visitors to enjoy the beauty and authenticity of these sites, while helping to preserve them for future generations by adopting the following set of good practices:

  • Respect all signs; 
  • Do not try to access fenced areas; 
  • Do not climb, sit or walk on archaeological structures and remains; 
  • Respect areas where archaeological excavations are being carried out, not disturbing them; 
  • Do not collect materials or sediments;
  • Do not write or make graffiti on archaeological structures; 
  • Put the garbage in appropriate containers. If none exist, take the garbage with you until you find a suitable container; 
  • Leave the archaeological site as you found it; 
  • Do not drive bicycles or motor vehicles over archaeological sites; 
  • Respect and protect the plants and animals that live in the areas surrounding archaeological sites;
  • Report signs of vandalism or destruction to DGPC or Regional Directorates of Culture (DRC);
  • Share the visiting experience and the archaeological sites, as a way of raising awareness to their preservation and making them better known;
  • Do not buy archaeological materials and report to public security authorities, DGPC or DRC, if you suspect that archaeological materials may be for sale.

Further information:

AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

DGPC contacts

Phone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

 


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