Coimbra - Museu Machado Castro

Paço - Calcolítico, Idade do Ferro, Romano, Medieval Islâmico, Medieval Cristão e Moderno (17840)
O Museu Nacional de Machado de Castro localiza-se no topo de uma encosta, na zona alta da cidade de Coimbra. O edifício assenta sobre uma plataforma artificial, localizada entre a Sé Velha e a Sé Nova, criada com a construção de um criptopórtico que regulariza as vertentes da encosta poente (v. Coimbra - Criptopórtico de Aeminium CNS 2041). A existência do criptopórtico foi tornada pública em 1930, através do seu diretor, Vergílio Correia, e é nesta estrutura que decorrem as intervenções arqueológicas até à década de 1990.Com o projeto de remodelação e ampliação do Museu, foram efetuadas intervenções arqueológicas, entre 2003/2004 e 2008, prévias e durante a obra, na área interior e exterior do Museu, que permitiram identificar várias fases de construção e remodelação do espaço. No exterior, foram intervencionadas a área do antigo logradouro do Paço Episcopal e o gaveto da Rua Borges Carneiro com o Beco das Condeixeiras (onde se edificaram dois novos corpos do Museu). Entre 2008 e 2011 foram efetuadas sondagens na área da igreja românica de S. João de Almedina. Todos os trabalhos tiveram a coordenação científica de J. de Alarcão e P. Carvalho. Os vestígios mais antigos reportam-se a materiais com características pré-históricas, residuais mas que poderão apontar para uma possível ocupação desta área em épocas recuadas. Um conjunto de materiais (maioritariamente cerâmicas) enquadráveis na Idade do Ferro, recolhidos em contextos secundários (níveis de aterro Romanos, Medievais e Modernos), e a presença de estruturas (troço de muro e um piso de circulação, com uma lareira associada), atestam a ocupação desta zona numa época anterior ao séc. I d.C. Foram identificadas duas importantes fases construtivas de período romano: a mais antiga datada do principado de Augusto (inícios do séc. I d.C.) materializada na construção do criptopórtico e do fórum; uma segunda fase, da época de Cláudio (meados do séc. I d.C.) quando estas duas estruturas foram remodeladas: criptopórtico é ampliado e o fórum (de Augusto) demolido para dar lugar a um novo. Foram ainda identificados vestígios da praça do fórum Claudiano, de uma varanda que delimitava a fachada ocidental (coincidente com atual loggia) e da basílica. Identificou-se ainda a Cloaca Máxima (um troço com cerca de 10m) e seus ramais, um edifício porticado (que ladeava o Decumanus) e um fontanário monumental, localizado na fachada poente do criptopórtico, abastecido por um manancial, que nasce no subsolo da encosta e foi canalizado através de uma galeria abobadada. A área foi sendo gradualmente abandonada a partir do séc. V - VI desconhecendo-se com exatidão as ocupações até ao séc. XI. No entanto, a existência de aterros, com materiais datáveis do séc. IX - X e a presença de um possível celeiro (ala sul do Museu) atestam a ocupação em época islâmica. Na área da antiga igreja de S. João de Almedina foram identificados vestígios do período condal (séc. XI), que pela sua localização e dimensão, deveriam corresponder a pré-existências da época romana reaproveitadas. Foram ainda identificados vestígios de construção e sepulturas datáveis do séc. XII, coincidentes com a época de edificação da nova igreja, entre 1128 e 1131. Da antiga cerca do paço episcopal, de finais do séc. XII, ainda é possível observar a porta de arco ultrapassado com ameias, localizada no exterior do edifício. A escavação da ala sul permitiu a identificação de depósitos de materiais, associados ao Paço Episcopal, reveladores de quatro momentos distintos de deposição, entre os séculos XV e XVI. Das diversas remodelações efetuadas no edifício ao longo dos tempos, destaca-se a ocorrida em finais do séc. XVI, com a construção da varanda/ loggia, que terá adotado uma solução semelhante à que existiu em época romana. Até finais do séc. XIX outras alterações são efetuadas, o que não impede a degradação deste espaço. Em 1912 é cedido para a instalação do Museu.

Informação

http://www.museumachadocastro.gov.pt/pt-PT/Como%20Visitar/ContentDetail.aspx?id=1701

Condições da visita

Entrada com aquisição de bilhete

Horários

terça-feira: 14h00 - 18h.00 (2pm-6pm) 4ª a domingo: 10h00 - 18h00 (10am - 6pm) (Encerra às segundas, 1 de Janeiro, Domingo de Páscoa, 1 de Maio, 4 de Julho, 24 de dezembro e 25 de Dezembro)

Contactos

Documentos

    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

    3 Votaram neste sítio