Castro da Cola

Povoado Fortificado - Idade do Bronze, Idade do Ferro, Romano, Medieval Islâmico, Medieval Cristão e Antiguidade Tardia (158)
O Castro da Cola integra-se num amplo conjunto arqueológico, designado Circuito Arqueológico da Cola, constituído por diversos monumentos megalíticos (Nora Velha 1 CNS 3894; Fernão Vaz 1 CNS 10731 e 2 CNS 10730), povoado calcolítico do Cortadouro (CNS 1652), necrópoles da Idade do Bronze e do Ferro (Nora Velha 2 CNS 7593, Atalaia CNS 1635, Pêgo da Sobreira CNS 1018, Alcaria 2 CNS 11547, Casarão CNS 10729) e os povoados da Idade do Ferro Porto Lajes CNS 4077 e Fernão Vaz (CNS 3153). Este sítio localiza-se no topo de um imponente cerro xistoso, com 200 m de altitude, situado junto à ribeira de Marchicão, próximo do rio Mira, a cerca de 6 km a sudoeste da Aldeia de Palheiros e a 12 km de Ourique. Esta posição dotava-o de um bom domínio visual sobre a paisagem e garantia boas condições naturais de defesa. Os vestígios arqueológicos do Castro da Cola são conhecidos desde o século XVI, com as recolhas de André de Resende. Os primeiros trabalhos arqueológicos realizaram-se nas décadas de 50 e 60 do século XX, sendo dirigidos por Abel Viana e permitiram identificar uma longa sequência de ocupação, em que a mais antiga se integra na Idade do Bronze e a mais recente na Idade Média. Os materiais associados à primeira ocupação do Castro da Cola (Idade do Bronze) são escassos (vestígios de material pétreo vitrificado na área oeste), o que limita a sua caracterização arqueológica. Na ocupação da Idade do Ferro, o Castro da Cola seria um povoado de altura, eventualmente fortificado, que desempenharia um papel de destaque na estruturação do povoamento da área de Ourique (desta fase identificaram-se muros retilíneos e um conjunto diversificado de materiais). Durante o período Medieval islâmico (século X - XIII), o Castro da Cola era um povoado delimitado por uma fortificação de planta poligonal irregular, constituída por vários panos de muralhas, com cerca de 2,4 m de espessura e 5 a 6 m de altura, reforçada por diversas torres quadrangulares. A porta original localizava-se a norte, defendida por torre de maiores dimensões e muralha mais espessa. Este dispositivo defensivo era reforçado por cercas muralhadas, que se implantavam nos cerros vizinhos. No interior identificou-se uma área militar, composta por pátio central, cavalariças, casamatas, entre outras. Na área habitacional identificaram-se casas de morfologia retangular e quadrangular com pátio central, cisterna escavada na rocha, de abóbada semicilíndrica e bocal quadrado (medidas: 3,79 x 2,70 x 2,20) e diversas áreas funcionais (armazéns, fornos, oficinas) e vestígios de arruamentos. No reinado de Afonso III (século XIII), as muralhas e estruturas habitacionais interiores sofreram várias remodelações, construindo-se a muralha divisória do castro e vários silos nas suas proximidades. O abandono do Castro da Cola terá ocorrido de forma pouco clara durante o século XIV. (atualizado por C. Costeira, 16/01/19).

Informação

O sítio tem condições de visita, estando integrado no Circuito Arqueológico da Cola, com informações disponíveis no Centro de Acolhimento do Castro da Cola e Posto de Turismo de Ourique.

Condições da visita

Entrada livre associada a estrutura museológica

Horários

Centro de Acolhimento do Castro da Cola: - 01 de Maio a 15 de Setembro 09.30-12.30 15.00-18.30 - 16 de Setembro a 30 de Abril 09.30-12.30 14.00-17.30 Encerra às terças e quartas-feiras de manhã, dia 01 de Janeiro, Domingo de Páscoa e dia 25 de Dezembro.

Contactos

Documentos

    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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