Pedra Branca

Anta/Dólmen - Neolítico Final e Calcolítico (1736)
O monumento funerário da Pedra Branca localiza-se no topo de uma colina, na margem direita da ribeira da Cascalheira, com ampla visibilidade, a cerca de 5 km do mar. Esta estrutura encontra-se em posição isolada, mas próximo dos monumentos megalíticos da Palhota (CNS 25399), Marco Branco (CNS 25394) e Salema 2 (CNS 25400). Este monumento megalítico é constituído por uma câmara de planta poligonal (com cerca de 3,85 m x 3,40 m dimensões), formada por oito esteios de calcário e grés de dimensões variadas, com um pilar central de quartzito para sustentação da cobertura e corredor, com cerca de 3, 50 m de comprimento, formado por seis esteios. No exterior identificaram-se vestígios das coroas de sustentação das estruturas tumulares. O espólio recolhido no interior e exterior deste monumento é muito abundante e diversificado, enquadrando-se em duas grandes fases de ocupação. Da primeira fase de ocupação (Neolítico final / Calcolítico inicial) identificaram-se vestígios de 65 enterramentos, enxós e machados de pedra polida, lâminas e pontas de seta em sílex, placas de xisto gravadas, contas de colar, maioritariamente de morfologia discoide, em xisto e um significativo conjunto de recipientes cerâmicos inteiros e fragmentados. A segunda fase de ocupação (calcolítico final) corresponde a duas sepulturas individuais em fossa, escavadas nas camadas de abandono da câmara, com espólio muito diversificado composto por recipientes campaniformes lisos e com decorações incisas tipo Palmela (grandes taças, vasos de colo alto, caçoilas carenadas com fundo em omphalus e garrafas), placas de pedra verde lisas e decoradas, placas de xisto liso e um fragmento decorado, contas de colar de pedra verde alfinete em osso, ponta de seta em jaspe, lâminas de sílex e uma ponta de cobre tipo Palmela. As características arquitetónicas deste monumento e os materiais recolhidos no seu interior permitem enquadrar a sua construção e utilização durante o Neolítico final / Calcolítico inicial (3529- 3312 a. C / 2880 - 2566 a. C.), com reutilizações no final do 3º milénio / inícios do 2º milénio a. C. A diversidade cronológica de ocupações funerárias e rituais deste monumento evidencia a complexidade e longevidade simbólica deste local. O monumento megalítico foi identificado por L. Ribeiro e A. Rodrigues no decorrer do levantamento da Carta Geológica da área Industrial de Sines em 1972 e escavado por O. Da Veiga Ferreira em 1975. Em 2010, Carlos Tavares da Silva e Joaquina Soares realizaram uma intervenção arqueológica em parceria com a Câmara Municipal de Grândola no Âmbito da valorização do sítio. (atualizado por C. Costeira, 19/12/18).

Informação

Monumento integrado no Percurso Megalítico nas Terras Baixas de Melides - Cascalheira.

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    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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