Torre de Palma

Villa - Idade do Ferro, Romano, Idade Média e Moderno (331)
A villa romana de Torre de Palma localiza-se numa extensa plataforma, com boa visibilidade sobre as planuras alentejanas. Os vestígios e estruturas romanas dispersam-se por duas lombas ligeiras, ocupando uma área de cerca de 13 000 m2, separada por uma pequena linha de água. Os diversos trabalhos arqueológicos realizados, desde a década de 40 do século XX ao início do século XXI, dirigidos por Manuel Heleno (1947 - 1964), Fernando de Almeida (1971) e Stephanie Maloney (1983 - 2000) permitiram identificar vestígios estruturais e artefactuais de uma imponente villa romana, com várias fases de construção e ocupação, cronologicamente balizadas entre o século I e o século VII d. C (período Romano / Antiguidade Tardia), bem como ocupações sidéricas anteriores (finais do século VII a. C. - início do século V a.C.), que correspondem a uma necrópole de incineração e eventualmente a estruturas domésticas; e vestígios posteriores (medievais e modernos), relacionados com espaços sepulcrais e religiosos. A área residencial desta villa organizava-se em torno de um peristilum de morfologia rectangular, com o qual comunicavam diversos compartimentos, muitos dos quais com pavimentos revestidos a mosaicos de grande qualidade artística. O triclinium (sala utilizada para banquetes) apresenta uma morfologia rectangular, sendo decorado com um mosaico que representa cernas mitológicas (mosaico das Musas). A sala de estar ou de recepção com triple abside exibe um mosaico com cinco cavalos, que pode estar relacionado com a criação destes animais e / ou com a sua importância desportiva. Os complexos termais situavam-se nas extremidades Este e Oeste (o de maiores dimensões e mais tardio) da villa, estando conservados vestígios de múltiplos compartimentos e dos sistemas de canalização. A pars rustica desta villa é bastante extensa, tendo-se identificado várias áreas funcionais (como lagares de azeite, vinho e forjas), espaços de armazenagem e compartimentos destinados aos servos e escravos, que no entanto carecem de uma análise mais aturada das suas estruturas e materiais. Os vários projetos de construção que ocorrem na villa de Torre de Palma entre os séculos I e IV d. C demonstram o crescimento económico e uma maior monumentalidade arquitetcónica e artística, evidenciando o elevado estatuto social dos seus proprietários. Nos finais do século IV, inícios do século V d. C. foi construída, a Norte da villa, sobre uma das necrópoles alto-imperiais, uma basílica paleocristã de planta retangular, com três naves, baptistério monumental cruciforme duplo, pavimentos revestidos por mármore e edifício adjacente (mosteiro ou escola eclesiástica). No século XIII foi erigida uma pequena capela / ermida a S. Domingos sobre os vestígios da basílica, evidenciando uma longa diacronia na ocupação religiosa deste espaço. Em torno da basílica paleocristã identificaram-se várias áreas funerários, que evidenciam a longa duração da ocupação deste espaço, bem como as profundas transformações religiosas e rituais vividas durante a Antiguidade Tardia / Alta Idade Média. (atualizado por C. Costeira, 11/02/19).

Informação

Este sítio arqueológico dispõe de um centro interpretativo com áreas de acolhimento, exposição e loja. Sítio integrado nos Itinerários Arqueológicos do Alentejo e Algarve e na Grande Rota dos Montes de Monforte.

Condições da visita

Entrada com aquisição de bilhete

Horários

Outubro a Abril - de Segunda-feira a sábado das 09h00 às 16h00. Domingo das 09h00 às 13h00. Maio a Setembro: Segunda-feira a Sábado das 10h00 às 13h00 e das 15h30 às 19h00. Domingo das 09h00 às 13h00. Encerra a 01 de janeiro, domingo de Páscoa, segunda-feira da Pascoela, 24; 25 e 31 de Dezembro.

Contactos

Documentos

    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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