Povoado de Fernão Vaz

Povoado - Idade do Ferro e Medieval Islâmico (3153)
O povoado de Fernão Vaz integra-se no Circuito Arqueológico da Cola, constituído por diversos monumentos megalíticos (Nora Velha 1 CNS 3894; Fernão Vaz 1 CNS 10731 e 2 CNS 10730), povoado calcolítico do Cortadouro (CNS 1652), necrópoles da Idade do Bronze e do Ferro (Nora Velha 2 CNS 7593, Atalaia CNS 1635, Pêgo da Sobreira CNS 1018, Alcaria 2 CNS 11547, Casarão CNS 10729) e os povoados da Idade do Ferro Porto Lajes CNS 4077 e o Castro da Cola (CNS 158) com ocupações medievais. Este sítio localiza-se no topo de uma pequena elevação, a 163 m de altitude, numa larga curva do rio Mira, a cerca de 100 m da necrópole de Fernão Vaz (CNS 1375). Os primeiros trabalhos arqueológicos deste sítio realizaram-se nas décadas de 70 e 80 do século XX, sendo dirigidos por Caetano de Mello Beirão e Virgílio Hipólito Correia. As intervenções mais recentes neste sítio estão relacionadas com a sua valorização e integração no Circuito arqueológico da Cola. Estas intervenções arqueológicas permitiram escavar cerca de 40 a 50% do sítio, permitindo identificar um conjunto de estruturas e materiais pertencentes a duas fases de ocupação diferentes, a primeira da Idade do Ferro (finais do século VI, meados do século V a. C.) e a segunda entre os séculos XI e XIII d. C (período Medieval islâmico). As estruturas da Idade do Ferro eram constituídas por paredes construídas em pedra e taipa, que definiam compartimentos de planta retangular, associados a lareiras de morfologia circular. Este edifício teria uma entrada, pequenos compartimentos a Oeste, um pátio, corredor e na área Norte vários compartimentos alongados, divididos por septos, interpretados como armazéns e um deles como possível olaria, pelos autores das escavações. Em termos artefactuais, recolheu-se um conjunto expressivo de recipientes cerâmicos, produzidos manualmente e a torno, alguns dos quais de proveniência exógena (cerâmicas cinzentas finas, cerâmica de engobe vermelho, vasos áticos e fragmentos de pithos - grande recipiente de armazenamento), bem como objetos metálicos em bronze e ferro (destaque para um espeto em bronze com caracteres de escrita do Sudoeste) e elementos de adorno como contas vítreas azuis oculadas. Os vestígios materiais da ocupação islâmica de Fernão Vaz correspondem a estruturas de planta retangular, que reaproveitam alguns dos muros da Idade do Ferro e que teriam funções domésticas, bem como um conjunto de recipientes cerâmicos, em que se identificam alguns vidrados. (atualizado por C. Costeira, 16/01/19).

Informação

O sítio tem condições de visita, estando integrado no Circuito Arqueológico da Cola, com informações disponíveis no Centro de Acolhimento do Castro da Cola e Posto de Turismo de Ourique.

Condições da visita

Entrada livre associada a estrutura museológica

Horários

Centro de Acolhimento do Castro da Cola: 01 de Maio a 15 de Setembro - 09h30 - 12h30 | 15h00 - 18h30. 16 de Setembro a 30 de Abril - 09h30 - 12h30 | 14h00 - 17h30. Encerra às terças e quartas-feiras de manhã, dia 01 de Janeiro, Domingo de Páscoa e dia 25 de Dezembro.

Contactos

Documentos

    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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