Estação arqueológica da Praia da Luz

Termas - Romano (4499)
O sítio arqueológico da Praia da Luz localiza-se sobre a linha de costa da enseada da Luz, a cerca de 4 km de Lagos, encontrando-se atualmente no interior de uma área urbanizada. Este sítio foi identificado e inicialmente escavado por Estácio da Veiga em 1878. As intervenções arqueológicas realizadas a partir da década de oitenta do século XX inserem-se em projetos de salvaguarda, motivados pelo desenvolvimento turístico da vila da Luz, bem como em ações de valorização do sítio. Os diversos trabalhos arqueológicos realizados permitiram identificar materiais e estruturas com diferentes funcionalidades, enquadrados em várias fases de ocupação, cronologicamente balizadas entre os séculos I e IV d. C (período romano). As estruturas visitáveis correspondem a vestígios de um edifício termal, com orientação Noroeste / Sudeste, cobertura abobadada e vários compartimentos de planta retangular (hypocaustum - fornalha, salas com ambientes frios - frigidarium e quentes - tepidarium, caldarium), alguns dos quais com pavimentos revestidos por mosaicos. Este edifício termal, construído entre os séculos II e III d. C., com várias fases de remodelação ao longo do século IV d. C., apresentava um complexo sistema de canalização, que o ligava ao ribeiro da Quinta da Luz e ao mar. Na área oriental do edifício termal identificou-se uma oficina de produção de preparados de peixe, constituída por um conjunto de cetárias (tanques) com diversas fases de construção e utilização, que terá cessado a sua produção nos finais do século IV / inícios do século V d. C. Estas estruturas não são visitáveis, uma vez que se encontram sob o bloco 24 da urbanização contemporânea. O achado fortuito na Praia da Luz de um cepo de âncora romana (CNS 24000) pode estar associada ao escoamento marítimo dos preparados de peixe produzidos nestas oficinas. (actualizado por C. Costeira, 05/06/2018).

Informação

O sítio arqueológico encontra-se vedado e sinalizado, tendo condições de visita.

Condições da visita

Acesso livre

Horários

Documentos

    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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