Necrópole do Vale da Telha

Necrópole - Paleolítico Inferior, Mesolítico, Neolítico Antigo, Neolítico Médio e Idade do Bronze (5914)
A necrópole do Vale da Telha localiza-se num pequeno planalto, a 98 m de altitude, aproximadamente a 4 km a Oeste de Aljezur, encontrando-se atualmente no interior da urbanização do Vale da Telha. Os trabalhos realizados em 2006 e 2007 permitiram identificar uma necrópole constituída por 18 sepulturas tipo cista, de morfologia retangular, quadrangular ou ovalada, compostas por lajes de xisto, grauvaque e arenito vermelho ou branco, de dimensões diversificadas. Não obstante, a escassez de vestígios osteológicos identificados, a maioria dos enterramentos seriam individuais, depositados em decúbito lateral ou fetal, sendo acompanhados por espólio, constituído principalmente por recipientes cerâmicos, alguns artefactos metálicos e contas de colar em pedra verde. As características arquitetónicas e rituais desta necrópole permitem enquadrá-la cronologicamente na Idade do Bronze (1800 - 1200 a.C.). A disposição espacial das sepulturas, bem como as suas variações estruturais, métricas e de espólio permitem agrupá-las em núcleos, que evidenciam diferenças sociais e cronológicas. O grupo de cistas de maiores dimensões seria o mais antigo, registando-se a diminuição do tamanho das sepulturas e uma maior diversidade morfológica dos espólios ao longo da diacronia de utilização da necrópole. Na área a Sul da necrópole localizava-se o povoado da Idade do Bronze, constituído por estruturas perecíveis e identificado pela grande concentração de artefactos cerâmicos e líticos típicos de contextos domésticos (fragmentos de recipientes de grandes dimensões e fragmentos de moventes e dormentes de mós manuais). Nas áreas da necrópole e do povoado identificaram-se materiais de cronologia paleolítica, epipaleolítica e neolítica, sem contextos associados, que corespondem a ocupações anteriores desta área. (actualizado por C. Costeira, 30/04/18)

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O sítio encontra-se protegido por uma vedação, sendo possível realizar visitas.

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    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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