Monte da Boiça 1/ Anta da Pata do Cavalo

Anta/Dólmen - Neo-Calcolítico e Calcolítico (8009)
A anta da Pata do Cavalo do Cavalo localiza-se no topo de uma suave colina, na aba oriental da Serra de Grândola, com boa visibilidade para a região das minas do Lousal. Esta anta encontra-se em posição isolada, mas numa paisagem com uma expressiva presença megalítica. Este monumento megalítico é constituído por uma câmara de planta subcircular (com cerca de 6 m de diâmetro), formada por nove esteios, dos quais se conservam oito, com cerca de 2 m de altura, muito inclinados para o exterior e corredor, com cerca de 2 m de comprimento, formado por dois esteios de cada lado, orientado a sudeste. Estas características morfológicas, tal como noutros monumentos da área do Lousal, assemelham-se a monumentos tipo tholos, no entanto a imponência e configuração dos esteios torna muito difícil a sua associação a uma cobertura em falsa cúpula. No interior desta anta recolheu-se um espólio diversificado, composto por recipientes cerâmicos (bordos de prato, taças de perfil simples e carenado, esférico), furador de quartzito; lâminas em diferentes tipos de matérias-primas (xisto, sílex, calcário), lascas de sílex e fragmentos de placa de xisto decorados. As características arquitetónicas deste monumento e os materiais recolhidos no seu interior permitem enquadrá-lo cronologicamente entre o Neolítico Final e o Calcolítico inicial (3500 - 2500 a. C.). O monumento megalítico da Boiça 1 / Pata do Cavalo foi escavado e publicado por Rodrigues Cavaco e Octávio da Veiga Ferreira na década de 50 do século XX. Contudo, F. Pereira da Costa no inventário de antas e dólmenes de Portugal, que publica em 1868, refere a presença de duas antas nas proximidades do Monte das Algedas (Monte da Algeda 1 e Monte da Algeda 2), a descrição e planta referente ao segundo monumento assemelha-se muito à Anta da Pata do Cavalo. No final da década de 50, a publicação de Georg e Vera Leinser refere e descreve todos estes monumentos separadamente, tendo alguma relutância em considerar que se trata de um só monumento. Na Carta Arqueológica de Grândola, publicada em 1993, mantém-se a individualização de todas estas estruturas. Nos trabalhos arqueológicos mais recentes, integrados num projeto de valorização e construção de roteiros culturais em parceria com o Centro de Ciência Viva do Lousal - Mina da Ciência, Nuno Inácio (2013) coloca a hipótese da anta Boiça 1 / Pata do Cavalo corresponder aos sítios Monte da Algeda 1 (CNS 7759) e Monte da Algeda 2 (CNS 7760). Perante a diversidade de referências bibliográficas e a quantidade de monumentos megalíticos na área do Lousal, consideramos que é necessário reunir mais dados antes de anular as entradas mais antigas na Base de Dados do Endovélico, uma vez que podem corresponder a estruturas destruídas. (Atualizado por C. Costeira, 18/12/18).

Informação

Monumento integrado no Roteiro Lousal Geomegalítico, com condições de acesso e paineis explicativos no local.

Condições da visita

Acesso livre com informação

Horários

Contactos

Documentos

    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

    1 Votaram neste sítio