Alcabideque

Aqueduto - Romano (7466)
Também conhecido como Castellum de Alcabideque. O sistema hidráulico (Torre de captação de água e reservatório) do qual parte o aqueduto de Alcabideque, que alimenta Conimbriga, localiza-se na povoação homónima (Condeixa-a-Velha e Condeixa-a-Nova), a c. de 3km para Noroeste da cidade romana de Conimbriga (CNS 251). Neste local, onde é possível observar a Torre de captação de água e o reservatório, construídos na nascente de água que abastecia o aqueduto. Este, com c. de 3 km de extensão, apresenta uma conduta parcialmente enterrada, só surgindo à superfície e c. de 1,4 km da cidade romana. Referido inicialmente por J. de Alarcão e R. Étienne, em 1973, a torre de captação de água foi alvo de sondagens arqueológicas, em 2005, no âmbito de obras de requalificação. Esta sistema hidráulico (torre de captação, tanque recolector ou reservatório e aqueduto) terá sido construído durante época de Augusto, entre 20 e 15 a.C., inseridos num grande programa de remodelação urbanística e arquitectónica da cidade de Conimbriga. A localização em Alcabideque deverá ter sido escolhida em função, não só da qualidade das águas da nascente, mas também devido à sua implantação topográfica, que aliada às características do percurso, permite uma pendente reduzida, não necessitando de grandes trabalhos de escavação e /ou construção. A Torre de captação de água (castellum), de planta rectangular, apresenta uma câmara inferior, coberta por abóboda de canhão, com o extradorso em arco abatido. A técnica de construção da Torre, apresenta características típicas do período Augustano, embora alguns elementos apontem para readaptações e manutenções, posteriores. O tanque recolector (actualmente um espelho de água) foi inicialmente construído em opus caementicium, e destinava-se a reter as águas da nascente, reguladas por uma comporta. A parede que delimita o dique apresenta a face externa em degraus (3 degraus) e a face interna com uma ligeira inflexão convexa, atingindo c. de 1,20 m de altura. A água retida era canalizada para o interior da torre, passando por uma piscina de decantação, de onde partia o aqueduto. O aqueduto toma a direcção ENE/OSO, até à Serra da Ponte, continuando ao longo da vertente até Conimbriga. Inicialmente subterrâneo em c. de metade do seu percurso, a galeria apresenta 1,54 m de altura por 0,74 m de largura, embora estas medidas possam apresentar algumas variações. A c. de 1,4 km de Conimbriga emerge à superfície, assentando numa sapata junto ao solo. Já no interior da cidade, percurso do aqueduto é efectuado em arcaria, terminando numa torre de decantação. Desta torre, numa primeira fase, partia a canalização subterrânea que alimentava as Termas Sul. O aqueduto permanece em funcionamento, pelo menos, até ao séc. IV d.C., quando, ao contrário de outras construções é integrado na construção da muralha Baixo- Imperial. Segundo vários estudos efectuados, designadamente por J. de Alarcão e R. Étienne, o caudal do aqueduto seria, na sua fase inicial em período Augustano, de 18750 m3/dia, tendo progressivamente diminuindo (em parte devido às concreções calcárias) para c. de 5 700m3/dia durante os séc. III/IV d.C. [Actualizado, II, 12/Jun/2020]

Informação

O monumento encontra-se integrado no Parque de Santo António (parque de merendas, um parque infantil e café). Integra o Roteiro das Terras de Sicó - Circuito 9: Circuito da Romanização.

Condições da visita

Acesso livre

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Documentos

    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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