Castelo de Salir

Castelo - Medieval Islâmico e Medieval Cristão (1012)
O Castelo de Salir localiza-se no topo de uma elevação calcária, com 256 m de altitude, com vertentes suaves a sudoeste e abruptas a norte. Este sítio implanta-se numa área de transição entre o Barrocal e a Serra do Caldeirão, a cerca de 13 km de Loulé e a 16 km do castelo de Paderne. Esta posição dotava-o de um bom domínio visual sobre a paisagem, permitindo-lhe assumir um papel de destaque no controlo de vias de passagem estratégicas ente o barrocal e o litoral algarvio. Este castelo apresenta uma morfologia poligonal irregular, delimitando uma área total de cerca de 4200 m2, com muralhas (1,80 m de altura e 2 m de espessura) e torres quadrangulares construídas em taipa e fundações em pedra calcária, bem adaptadas às características do terreno. Os panos de muralha e as quatro torres conservadas (localizadas a sul, norte, nascente e poente) encontram-se incorporados em construções mais recentes. A entrada do castelo deveria localizar-se na área sul. No espaço interior do castelo identificaram-se vestígios de planeamento urbanístico de traçado ortogonal, seis estruturas habitacionais de morfologia quadrangular, dispostas em torno de um pátio central, pavimentado com lajes e cozinhas com lareiras estruturadas, bem como um conjunto diversificado de silos e um complexo sistema de canalizações. As características arquitetónicas do castelo de Salir e das estruturas domésticas do seu interior integram-se na tradição construtiva almóada (séculos XII - XIII), correspondendo a uma fortificação rural, que aglutina a função defensiva do território e habitacional, proporcionando refúgio às populações que habitavam pequenas alcarias nas imediações. Em meados do século XIII (1248 - 1250), no reinado de D. Afonso III, o castelo de Salir foi definitivamente conquistado pelas tropas da Ordem de Santiago, tendo sido utilizado como acampamento militar para tropas que tomaram Loulé e Faro. Arqueologicamente registam-se várias evidências de destruição (camadas de incêndio e elementos militares) e abandono nas estruturas militares e domésticas almóadas. A partir do século XIV, o castelo de Salir perde a sua importância estratégica, com a valorização dos territórios litorais, registando-se o abandono progressivo das suas estruturas militares e residenciais, agravado com os efeitos do grande Terramoto de 1755 e com as reconstruções posteriores, que reaproveitaram e obliteraram muitas das estruturas medievais. Os trabalhos arqueológicos desenvolvidos no local na década de oitenta do século XX enquadraram-se num projeto de investigação dirigido por Helena Catarino e posteriormente em intervenções de salvaguarda. Estes trabalhos permitiram identificar as estruturas referidas, bem como um conjunto diversificado de materiais (recipientes cerâmicos, artefactos metálicos, artefactos em osso relacionados com a tecelagem, elementos de adorno, elementos militares), cronologicamente enquadrados nos séculos XII - XIII (período Medieval Islâmico - Almóada) e XIII - XIV (período Medieval Cristão). Foram também recolhidos alguns fragmentos de cerâmica pré-histórica que podem indiciar que o cabeço de Salir teve uma primeira ocupação Neolítica. (actualizado por C. Costeira, 14/08/2018) Castelo em taipa do qual restam apenas 4 torres e dois pequenos troços de muralha, que integram as paredes das casas que se foram construindo na área do castelo. São torres maciças de planta rectangular. Ocupa uma elevação da actual sede de freguesia,

Informação

O Castelo de Salir corresponde a um dos pólos museológicos do Museu Municipal de Loulé. A entrada é gratuita. Este sítio arqueológico está integrado na Rota Transalgarviana e na Rota da Dieta Mediterrânica.

Condições da visita

Entrada livre associada a estrutura museológica

Horários

De Segunda-feira a Sexta- feira das 09h00 às 17h00. Encerra aos sábados, domingos e feriados.

Documentos

    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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