Cromeleque do Xarez/Xerez

Cromeleque - Neo-Calcolítico (39)
O cromeleque do Xerez localizava-se originalmente a cerca de 5 km a Sul de Monsaraz, em frente ao monte do Xerez, no centro de um pequeno vale, limitado por duas linhas de água, muito próximo do rio Guadiana e a cerca de 300 m da anta do Xerez de Baixo. A construção da Barragem do Alqueva exigiu a mudança de local deste monumento, que atualmente se situa nas imediações do Convento da Orada, na aldeia do Telheiro. A planta deste recinto é problemática, uma vez que os menires, com exceção do central, foram identificados tombados e deslocados do seu local original. Assim, a morfologia subquadrangular ou retangular, com menir central de grandes dimensões (cerca de 3,60 m de altura) que o recinto atualmente apresenta resulta de uma interpretação de alguns dos investigadores que estudaram este sítio. Os 55 menires, que atualmente, constituem este monumento foram talhados em diferentes tipos de granitos de proveniência local, apresentam morfologias muito variadas (ovoides, ligeiramente achatados, cilíndricas, subquadrangulares, cónicas ou poliédricas) e comprimentos que oscilam entre 0,37 m e 2,10 m, com predomínio para os elementos de pequena dimensão (altura inferior a 1,20 m). Um conjunto de sete menires, no qual se inclui o elemento central, foram decorados com diferentes motivos, nomeadamente covinhas, báculos e formas geométricas circulares, com fortes semelhanças aos motivos identificados noutros monumentos do mesmo tipo na região. O cromeleque do Xarez foi identificado por José Pires Gonçalves em 1969, estando a maioria dos menires tombados. Em 1972, o mesmo autor escavou a área e reergueu os menires, numa planta quadrangular, ainda que os critérios seguidos fossem pouco explícitos. Em 1998, no âmbito da minimização de impactes patrimoniais decorrentes da construção da Barragem do Alqueva, Mário Varela Gomes escavação a área do cromeleque, identificando um conjunto diversificado de materiais arqueológicos muito fragmentado, constituído por artefactos líticos (trapézios, furadores, lamelas e lascas em sílex, xisto silicioso, quartzo e quartzito), percutores, moventes, dormentes e alguns fragmentos de recipientes cerâmicos tipo taças decorados com impressões. O estudo da indústria lítica recolhida na área deste cromeleque coloca a hipótese da utilização deste espaço por comunidades humanas durante o Paleolítico Superior. A complexidade arquitetónica do recinto, as decorações dos menires e os materiais arqueológicos recolhidos, colocam a hipótese das primeiras fases de construção se enquadrarem no Neolítico antigo e médio, com remodelações no Neolítico final (com a colocação do grande menir central) e eventuais reutilizações ao longo do Calcolítico. (atualizado por C. Costeira, 12/11/18).

Informação

Monumento megalítico integrado no Roteiro do Alqueva e no Percurso pedestre Escritas no Horizonte.

Condições da visita

Acesso livre

Horários

Documentos

Como chegar lá? Boas Práticas

Boas Práticas

Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

  • Respeitar todas as sinalizações;
  • Não aceder a zonas vedadas;
  • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
  • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
  • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
  • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
  • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
  • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
  • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
  • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
  • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
  • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
  • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

Para saber mais:

AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

Contactos DGPC

Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

 

4 Votaram neste sítio