Anta da Casa dos Mouros/ Foz do Rio Frio

Anta/Dólmen - Neolítico e Calcolítico (854)
A Anta da Casa dos Mouros ou Anta da Foz do Rio Frio localiza-se em posição isolada, no topo de uma colina, na confluência entre o Rio Frio e o Rio Tejo, dominando um amplo território. Este monumento megalítico, orientado a nascente, apresenta câmara poligonal (com 2,90 m de diâmetro), constituída por onze esteios de granito e pavimento lajeado, e corredor, com cerca de 3,50 m de comprimento, por 1,10 m de largura, formado por cinco esteios à direita e cinco esteios à esquerda. No exterior identificam-se vestígios da mamoa, formada por um anel pétreo, compactado com barro, proveniente das margens do Rio Frio. O espólio foi identificado maioritariamente na área da mamoa e do corredor, sendo vestigiais os elementos identificados no interior da câmara. O espólio é constituído por artefactos de pedra lascada (trapézios, triângulos, crescentes, alabarda de sílex, facas de sílex, pontas de seta de base convexa, lâminas e raspadeiras em quartzo hialino), artefactos e pedras polida (machados) e afeiçoada (mós), uma placa de grés e duas placas de xisto, fragmentos de recipientes cerâmicos sem decoração (dois recipientes carenado) e um punhal de cobre. Em termos arquitetónicos e artefactuais este monumento regista dois momentos de ocupação, cronologicamente distintos. O primeiro momento enquadra-se no final do 5º milénio e na primeira metade do 4º milénio a. C. (Neolítico médio / Neolítico final), correspondendo à construção e utilização mais intensa desta anta. O segundo momento corresponde a uma reutilização desta estrutura no final do 3º milénio a. C. (Calcolítico final), com a realização de duas deposições funerárias no corredor, que tinham como espólio votivo dois recipientes cerâmicos carenados lisos, um punhal de cobre, um braçal de arqueiro e uma ponta de seta, inserindo-se nas tradições campaniformes. A diversidade cronológica de ocupações funerárias e rituais na Anta da Casa dos Mouros / Foz do Rio Frio evidencia a complexidade e longevidade simbólica deste monumento. A Anta da Casa dos Mouros ou Anta da Foz do Rio Frio foi identificada nos anos 70 do século XX por Maria Amélia e Thomas Bubner, correspondendo ao primeiro monumento megalítico documentado na área sul do concelho de Mação. Os trabalhos de escavação e restauro desta anta realizaram-se no verão de 1982, sendo também da responsabilidade do casal Bubner. (atualizado por C. Costeira e F. Bragança, 03/07/2019).

Informação

Acesso livre, com possibilidade de visita guiada, devendo ser contactado o Museu de Arte Pré-Histórica de Mação - Instituto Terra e Memória. O monumento está integrado no circuito "Lithos - Circuito Arqueológico do Vale do Tejo".

Condições da visita

Acesso livre

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Como chegar lá? Boas Práticas

Boas Práticas

Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

  • Respeitar todas as sinalizações;
  • Não aceder a zonas vedadas;
  • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
  • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
  • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
  • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
  • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
  • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
  • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
  • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
  • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
  • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
  • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

Para saber mais:

AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

Contactos DGPC

Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

 

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