Anta da Serrinha / Serrinha 1 / Juntas da Ribeira/ Herdade da Serra

Anta/Dólmen - Neo-Calcolítico (11881)
A anta da Serrinha localiza-se numa área aplanada, na confluência da Ribeira de Almuro com a Ribeira Grande, em posição isolada e com uma expressiva presença na paisagem. Este monumento megalítico é constituído por um câmara de planta poligonal, com três esteios de granito conservados in situ e vestígios de corredor (dois esteios do lado norte e dois esteios do lado sul). Na passagem da câmara para o corredor identifica-se uma grande laje com covinhas, que poderá corresponder à cobertura desta anta. No exterior identificam-se da mamoa, que se confundem com depósitos fluviais. Na área envolvente desta anta foram recolhidos materiais arqueológicos diversificados, como placas de xisto lisas e decoradas, instrumentos de pedra polida, percutores, mós e lâminas. Esta anta foi pela primeira vez escavada por W. Carisso e A. Sardinha (1909), sendo descrita de forma mais desenvolvida por Georg e Vera Leisner (1959) e M. Heleno (1962). As intervenções arqueológicas mais recentes (2014 - 2015 por Leonor Rocha) permitindo recuperar um conjunto diversificado de materiais arqueológicos (pontas de seta, lâminas e duas alabaradas em sílex, machado de pedra polida e fragmentos de recipientes cerâmicos pré-históricos e sidéricos) e garantindo a valorização deste monumento. As características arquitetónicas e o espólio desta anta permitem enquadrá-la cronologicamente no Neolítico Final / Calcolítico (3500 - 2000 a. C), com reutilizações na Idade do Ferro. Como já indicado por R. Boaventura (Boaventura e Lopes, 2006: 96; 2012: 66), este sepulcro possui três entradas na base de dados Endovelico: ¿Juntas da Ribeira¿, com o CNS 4813, baseado na informação de M. Heleno (1962 314); ¿Herdade da Serra¿, com o CNS 7559, cuja fonte de informação terá sido a tese de licenciatura de J. I. Silva (1989: 164-170) e ¿Anta da Serrinha¿, presumivelmente baseando-se nos dados do Projecto COMONPH, da responsabilidade de R. Boaventura e C. Lopes (1998: A.III, A.IV - p.10; 1999: Fot. 1; 2001: pl.3; 2002: Fig. 12; 2001; 2002: pl.; 2006: 96). Classificado como Sítio de Interesse Público com a designação de ¿Anta da Serrinha¿.. No âmbito do projecto COMONPH, Rui Boaventura e C. Lopes indicam que ¿esta anta é a mesma que a das "Juntas da Ribeira" referida por Heleno [1947]: "uma na herdade da Serra (Quinta do Leão), ao rez do ribeiro, na varzea do Pego das Juntas. Tem 3 pedras e uma tombada" (f. 6); "existe uma a 3 (km) a SW da escavação no sítio das Juntas da Ribeira, na Serra da Quinta do Leão. Cruzam ao pé dela 3 ribeiras, uma chamada Ribeira Grande. Tres pedras de pé e uma caída" (f. 40). Será uma das antas escavadas no início do Século XX por Carrisso e Sardinha, cujos materiais se encontram no Museu da Figueira da Foz, surgindo uma placa de xisto ilustrada nos Leisner (1959, Taf 8). J. Silva (1989b), atribui-lhe o nome de Herdade da Serra, assim como Junção das Ribeiras¿ (Boaventura e Lopes, 2006). Corresponde à ¿Herdade da Serra¿ de A. Cunha, que indica que ¿junto da ribeira do almuro, anta de dimensão razoável¿ (Cunha, 1985b: n.º 42) e poderá eventualmente tratar-se da ¿Sarrinha¿ listada por J. Possidónio da Silva (1879: 827). A localização apresentada baseia-se nas coordenadas de P. Morgado e L. Rocha (2013b: 2463 - n.º 16).

Informação

Este monumento megalítico tem condições para visita livre e informação disponível na Câmara Municipal de Monforte.

Condições da visita

Acesso livre

Horários

Documentos

    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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