Mamoa ou Dolmen da Cerqueira 1/ Pedra Moura 1

Anta/Dólmen - Neo-Calcolítico (1463)
Monumento também conhecido como Anta ou Arca da Cerqueira, Dólmen da Arca da Cerqueira ou Dólmen da Casa da Moura. O Dólmen da Pedra da Moura I / Cerqueira 1 localiza-se nas proximidades lugar de Cerqueira, (Couto de Esteves, Sever do Vouga, Aveiro), na vertente Este da Serra do Arestal (um dos acidentes que constitui o maciço da Gralheira) e integra-se na bacia hidrográfica do rio Vouga. Localiza-se no extremo Sul de uma chã, na berma de um caminho rural (CM 1489) (cuja construção destruiu parcialmente a mamoa no lado NE), perto de uma vertente abrupta de onde se avista parte do vale do Vouga. Em 1921 A. de Amorim Girão publica o seu trabalho sobre a pré-história de Lafões, referente a trabalhos de prospecção efectuados em 1917, descrevendo o monumento da Pedra da Moura como uma anta bem conservada, mas sem galeria, que teria sido destruída. Menciona ainda a existência de cinco mamoas com vestígios de monumentos megalíticos (de menores dimensões) e sinais de violação, visíveis na área envolvente. Entre Abril e Maio de 1956 este monumento (agora denominado Pedra da Moura nº1) foi intervencionada por L. Albuquerque e Castro, O. V. Ferreira e A. Viana na sequência de trabalhos de revisão da área estudada por Amorim Girão. É referido que a mamoa tinha sido reduzida em altura e parcialmente cortada por um caminho, mas conservava ainda a entrada do corredor e o interior do monumento havia sido muito revolvido. Nesta campanha foram repostas três lajes do corredor, que se encontravam caídas. Em 1988 o monumento voltou a ser intervencionado por Ana Bettencourt, tendo sido efetuadas escavações arqueológicas e ações de restauro. Em 1997, é referida a existência de arte rupestre gravada, numa publicação de F. Silva. O interior do monumento encontrava-se muito revolvido mas o estudo, efectuado por A. Bettencourt, dos materiais recolhidos nas escavações de 1988, juntamente com a revisão dos materiais provenientes da campanha de 1956, a tipologia de construção e os paralelos regionais, apontam para um monumento datado de finais do IV e primeira metade do III milénio a.C.. com uma eventual reutilização mais tardia. O monumento é constituído por câmara, corredor e mamoa. A câmara poligonal, com 3m de comprimento por 3,54m de largura e 2,18m de altura, é composta por nove esteios. Conserva ainda a laje de cobertura com 3,26m de comprimento por 3,76m de largura por e 0,45m de espessura média. O corredor, voltado a nascente e bem diferenciado da câmara, conserva ainda onze esteios (seis do lado Norte e cinco do lado Sul), com 4,40 m de comprimento conservado. A mamoa é constituída por couraça pétrea superficial sobre terras compactadas que sustêm a câmara e corredor e por um anel de contrafortagem em torno da camara e do corredor. No esteio de cabeceira foram identificadas dois círculos e dois semicírculos gravados. Este monumento está inserido numa necrópole, em que foram identificados (1956) onze monumentos (dos quais dois se encontravam totalmente destruídos). Na campanha de 1988 apenas se identificaram oito monumentos - Mamoa da Cerqueira 2/Pedra Moura 5 CNS 2043; Mamoa da Cerqueira 4/Pedra Moura 3 CNS 2284; Mamoa da Cerqueira 5/Pedra Moura 11 CNS 18485; Mamoa da Cerqueira 6/Pedra Moura 9 CNS 18506; Mamoa da Cerqueira 7/Pedra Moura 10 (?) CNS 18513; Mamoa da Cerqueira 8/Pedra Moura 10 (?) CNS 18523. (atualizado por I. Inácio, 25/02/19)

Informação

O sítio arqueológico tem condições de visita. Encontra-se inserido no percurso pedreste Trilho da Oedra Moura. Presença de paineis explicativos no local e folheto explicativo em formato digital. Visita livre e gratuita. Informação disponível no site da Câmara Municipal de Sever do Vouga.

Condições da visita

Acesso livre com informação

Horários

Contactos

Como chegar lá? Boas Práticas

Boas Práticas

Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

  • Respeitar todas as sinalizações;
  • Não aceder a zonas vedadas;
  • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
  • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
  • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
  • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
  • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
  • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
  • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
  • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
  • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
  • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
  • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

Para saber mais:

AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

Contactos DGPC

Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

 

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