Anta da Vidigueira

Anta/Dólmen - Neo-Calcolítico (749)
Monumento megalítico designado como Vidigueira, Anta da Vidigueira, Anta das Vidigueiras ou Quinta da Vidigueira. A anta da Vidigueira localiza-se numa área aplanada, junto a ligeiras elevações, no interior de uma quinta nas imediações da aldeia do Freixo, na margem esquerda da ribeira da Palheta, a sul da Serra d'Ossa. Integra-se numa paisagem com uma expressiva presença de monumentos megalíticos, inserindo-se num cluster composto pelas antas da Quinta do Freixo (CNS 154; 19029; 19030; 19031; 35249 e 37655). Este monumento megalítico é composto por uma câmara de planta poligonal, com cerca de 3 m de diâmetro, formada por sete esteios de granito com 2,2 m de altura, e laje de cobertura, decorada com várias dezenas de covinhas e por um corredor de morfologia retangular alongada, com cerca de 4 m de extensão, com quatro esteios conservados do lado norte e um do lado sul. No exterior identificam-se vestígios da mamoa, formada por terras negras, argilosas e compactas e por um pequeno cairn, constituído por um conjunto de pedras de dimensões diversificadas. As características das terras da mamoa apresentam semelhanças com a Anta 3 do Colmeeiro (CNS 2100) e Anta 5 da Herdade das Casas (CNS 19034), podendo tendo uma origem diferente ou uma preparação prévia. No interior da câmara e do corredor identificou-se um conjunto artefactual escasso, mas diversificado, composto por lâminas de sílex, um trapézio, quatro pontas de seta em matérias-primas distintas (sílex, quartzo, xisto silicioso), três pequenas contas discoides de xisto, um recipiente cerâmico completo (vaso hemisférico sem decoração) e vários fragmentos de recipientes cerâmicos (pratos de bordo espessado), bem como um fragmento de um elementos de tear tipo placa. A presença destes artefactos, típicos de contextos habitacionais, no interior e / ou exterior de monumentos megalíticos pode estar associada a gestos simbólicos (depósitos votivos domésticos) com a intenção de aproximar os espaços dos vivos do dos mortos. As características arquitetónicas deste monumento e os materiais recolhidos no seu interior permitem enquadrar a sua construção e utilização nos finais do 4º, inícios do 3º milénio a. C. (3500 / 2500 a. C.), estando eventualmente associado às pequenas instalações habitacionais dispersas pela área da atual Quinta do Freixo. A presença de materiais de cronologias mais recentes, nomeadamente da Idade do Ferro e período Romano, pode estar relacionada com a ocupação em povoados vizinhos, como o da Vidigueira (localizado 100 m a oeste) e a episódios de violação / visitação da anta. A anta da Vidigueira identificada e publicada por Gabriel Pereira (1879), bem como por J.L. Vasconcellos (1910) e por Georg e Vera Leisner (1949). Os trabalhos de escavação, da responsabilidade de Rui Mataloto, decorreram em 2008 no âmbito da criação de rotas culturais e ambientais associadas à criação do Ecomuseu do Redondo. (atualizado por C. Costeira, 02/11/18).

Informação

Monumento integrado no Percurso das Antas - Eco Museu de Redondo.

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Acesso livre

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Como chegar lá? Boas Práticas

Boas Práticas

Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

  • Respeitar todas as sinalizações;
  • Não aceder a zonas vedadas;
  • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
  • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
  • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
  • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
  • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
  • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
  • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
  • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
  • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
  • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
  • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

Para saber mais:

AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

Contactos DGPC

Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

 

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