Castelo de Silves

Castelo - Medieval Islâmico, Medieval Cristão, Moderno e Contemporâneo (46)
O Castelo de Silves localiza-se no topo de um pequeno cerro, sobranceiro à margem direita do rio Arade, numa área de fronteira entre o Barrocal algarvio e o Baixo Alentejo. Esta implantação dotava-o de um bom domínio visual sobre o território, desempenhando um papel de destaque nas atividades fluviais e na transitabilidade terreste. O conjunto fortificado é constituído pela muralha, que delimita uma área total de cerca de 12.000 m2 e pelo castelo / alcáçova, posicionado no ponto mais elevado da colina, ajustados à topografia do terreno, integrando-se na tipologia dos castelos omíadas, com paralelos nas construções sírio-palestinianas do mesmo período. O castelo apresenta uma planta poligonal, ocupando uma área total de 12.000 m2, com muralhas de 2,80 m de espessura, elaboradas em taipa e revestidas por arenito vermelho e integra um conjunto de 12 torres de morfologia retangular e três portas que permitem o acesso à alcáçova. No interior da alcáçova identificaram-se vestígios de um "palácio - fortaleza", com complexo de banhos de tradição arquitetónica omíada (século VIII - IX), dois núcleos residenciais, com dois pisos e jardim interior cronologicamente enquadrados nos séculos XII - XIII, três cisternas, uma das quais de grandes dimensões (aljibe) e um conjunto de estruturas de armazenamento tipo silo. As características arquitetónicas deste castelo e das estruturas domésticas do seu interior integram-se na tradição construtiva omíada (século VIII - IX), com reformulações almorávidas / almóadas (século XII - XIII), correspondendo a um importante núcleo populacional e defensivo do Algarve. Em meados do século XIII, no reinado de D. Afonso III, o castelo de Silves foi definitivamente conquistado pelas tropas cristãs, registando-se o abandono e reformulação de algumas estruturas defensivas e residenciais. Nos séculos XIV e XV documentam-se reconstruções das muralhas de Silves, mas o assoreamento do rio e a valorização dos núcleos marítimos, conduziu à diminuição da importância desta cidade. Durante as lutas liberais do século XIX, parte deste complexo defensivo foi reparado, posteriormente regista-se a desativação e mesmo obliteração de algumas partes destas estruturas. Os trabalhos arqueológicos desenvolvidos no local desde a década de oitenta do século XX enquadraram-se num projeto de investigação dirigido por Rosa Varela Gomes e posteriormente em intervenções de salvaguarda. Estes trabalhos permitiram identificar as estruturas referidas, bem como um conjunto diversificado de materiais (recipientes cerâmicos, artefactos metálicos, elementos arquitetónicos, artefactos militares), cronologicamente enquadrados no século VIII - XIII (período Medieval Islâmico), XIII - XIV (período Medieval Cristão) e em época moderna. (C. Costeira, 21/08/2018)

Informação

O Museu Municipal de Arqueologia de Silves situa-se dentro das muralhas. Aquisição de bilhete no local - Castelo Bilhete conjunto Museu / castelo. O Castelo de Silves está integrado na Rota da Dieta Mediterrânica, Rota de al-Mutamid e na Rota Omíada do Algarve.

Condições da visita

Entrada com aquisição de bilhete

Horários

De 16 de Outubro a 31 de Maio das 09h00 às 17h30 De 01 a 30 de Junho das 09h 00 às 19h00 horas. De 01 de Julho a 31 de Agosto das 09h00 às 22h00 horas. De 01 de Setembro a 15 de Outubro das 09h00 às 20h00.

Documentos

    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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