Mértola - Mesquita / Igreja Matriz

Igreja - Alta Idade Média, Medieval Islâmico (Almóada. Provavelmente construída no último quartel do séc. XII), Medieval Cristão e Moderno (4903)
A mesquita almóada de Mértola, actual igreja matriz (Nossa Senhora da Anunciação) localiza-se numa plataforma elevada, a oriente do bairro da alcáçova. A construção da mesquita enquadra-se na segunda metade do século XII, sobrepondo-se a um anterior edifício de culto paleocristão (século VI / VII d. C), do qual reaproveita alguns elementos arquitectónicos. Após a conquista cristã (1238) esta mesquita foi cristianizada pela ordem de Santiago, transformando-se este edifício numa igreja. No século XVI registam-se remodelações profundas nesta igreja, que procuram olvidar muitos dos seus elementos estruturais anteriores, mas não conseguindo apagar as suas características exóticas. A mesquita é um edifício de alvenaria, de média dimensão, de morfologia quadrangular, com uma estrutura em T, em que a nave central e a da quibla eram mais largas, seguindo os modelos arquitectónicos norte-africanos. No exterior, identifica-se o alminar - minarete (actual torre sineira), de planta quadrada e cerca de 15 m de altura e o pátio, que se localizaria a nordeste. No interior, na parede sudeste, ainda se conserva o mihrab (nicho de oração de planta retangular e forma de abside) com decoração em gesso (três arcos cegos polilobados, rematados por pequeno ressalto e emoldurados por dois cordões do infinito). A transformação da mesquita em igreja manteve a sua planimetria, correspondendo a um amplo salão, com cinco naves, construção do altar-mor na parede em que se encontrava o mihrab, após a sua ocultação com reboco. As remodelações do século XVI alteraram a cobertura da igreja (tecto de madeira policromada para tecto de duas águas), a porta principal (características renascentistas) e a decoração interior, que seguiu o estilo manuelino. Os diversos trabalhos arqueológicos realizados pelo Campo Arqueológico de Mértola (2003 - 2006) permitiram a melhor caracterização das estruturas arquitectónicas, principalmente das fases anteriores ao século XII, bem como a definição da topografia deste espaço em época medieval e a identificação de uma pequena necrópole da Baixa Idade Média (1238 - 1482) com uma ocupação densa e estruturada, sob a sacristia. (atualizado por C. Costeira, 18/02/19).

Informação

O sítio tem condições de visita e dispõe de informação no local. Este núcleo museológico faz parte do Museu de Mértola. Sítio integrado nos Itinerários Arqueológicos do Alentejo e Algarve.

Condições da visita

Acesso livre com informação

Horários

De 01 de Outubro a 15 de Junho: de Terça-feira a domingo das 9h15 às 12h30 e das 14h00 às 17h45. De 16 de Junho a 30 de Setembro: de Terça-feira a domingo das 9h45 às 13h00 e das 14h00 às 18h15. Encerra à Segunda-feira e nos dias 1 de janeiro, 1 de maio e 25 de dezembro.

Contactos

Documentos

    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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