Abrigo do Lagar Velho - Salvaguarda do Testemunho Pendurado

Projeto arqueológico
  • Designação

    Categoria D - ações de emergência

  • Ano do Início/Conclusão

    2012/2012

  • Estado

    Aprovado

  • Objetivos

    Evitar o colapso do denominado Testemunho Pendurado (Zilhão e Trinkaus, 2002; Fig. 2), o qual tem vindo a ser gradualmente sujeito a desabamentos. Este testemunho (TP), que se encontra embutido numa reentrância dos calcários da parede Sul do abrigo-sob-rocha do Lagar Velho (Fig. 2), contém o que ainda resta de duas ocupações que tiveram lugar neste espaço, as quais foram destruídas na restante área do abrigo por trabalhos de terraplanagem realizados em momento anterior à descoberta do sítio arqueológico e do seu potencial científico. Os vestígios, que se encontram embalados em sedimentos que ficaram aprisionados na referida reentrância, foram acumulados por comunidades humanas do Paleolítico Superior, tecnocomplexos Solutrense (médio; c. 20 300 anos BP) e Gravetense (terminal; c. 21 400 anos BP), no decurso de estadias de natureza residencial (Zilhão e Almeida, 2002). As camadas TP09 (Solutrense médio) e TP06 (Gravetense terminal) do Complexo Geoarqueológico us (upper slope deposits;

  • Resultados

    As sondagens, perfis e toda a superfície de ocupação designada de EE15 encontram-se actualmente selados com geotêxtil e cobertos com areia. A escavação do Testemunho Pendurado (TP), realizada em frente, permitiu evitar a derocada de sedimentos e vestígios arqueológicos produzidos no decurso de ocipações que tiveram lugar no abrigo durante o Solutrense (UE9) e o Gravetense (UE6). Não foram observadas alterações respeitantes à caracterização e disposição relativa das unidades estratigráficas identificadas no decurso dos trabalhos arqueológicos conduzidos no TP em 1998/1999 e em 2012. É de salientar que, para o interior do TP, a UE 2 é também afectada pela mesma fase de erosão que ocorre na UE3, estando a UE6 directamente em contacto com esta em algumas das reentrâncias. A descontinuidade - toca - que ocorre na separação das UE2/UE3 e UE4/UE5 parece apresentar uma orientação N-S, com inclinação para W, sendo ainda desconhecida a sua origem. A UE2 desaparece para o lado oeste do perfil, estando a UE4/5 directamente assentre sobre a UE1. Considerando o reduzido volume de sedimentos escavados - o qual não terá ultrapassado os 0,15m3, a densidade de vestígios é mesmo assim extremamente elevada. É na UE6 que se concentra a maioria dos restos, não fungindo portanto ao padrão de representação documentado nos trabalhos de 1998/99.

  • Responsável

    Ana Cristina Reis da Silva Araújo

  • Co-Responsáveis

    -

  • Pessoas (relação)

    Ana Maria Caixado Novo da Costa (Investigador), Emanuel dos Santos Carvalho (Colaborador) e Maria Mântua Esteves Garcia (Investigador)

Relatórios (-)