PIPA/2013 - Povoamento e paisagens no vale superior do Rio Terva, Boticas

Projeto arqueológico
  • Designação

    Categoria C - ações preventivas

  • Ano do Início/Conclusão

    2013/

  • Estado

    Aprovado

  • Objetivos

    Este projeto visa analisar a evolução da paisagem do vale superior do Rio Terva, na longa duração. Pretende-se demonstrar o caráter dinâmico das paisagens, estabelecendo para cada fase de conformação os diversos fatores determinantes das mudanças e das continuidades e quais os mecanismos sociais subjacentes a essas mudanças e/ou continuidades. Para tal pretendem-se elaborar estudos paleoambientais, nomeadamente através de análises palinológicas, geomorfológicas. Espera-se obter resultados que permitam estabelecer cronologias finas das diversas ocupações no vale, caracterizando as correspondentes estruturas territoriais e modalidades de povoamento, tipologias arquitetónicas e construtivas, economia e sociedade. Pretendem-se efetuar escavações e sondagens na fortificação do castelo da Contenda, povoado romano da Ribeira, povoado mineiro romano de Batocas. Finalmente pretende-se desenvolver uma base de dados como um sistema de informação relacional, manipulado em ambiente SIG.

  • Resultados

    Os trabalhos desenvolvidos entre 2013 e 2014 permitiram já identificar duas estratégias distintas de gestão do espaço edificado: Na área setentrional, disposta sobre a parte mais elevada do povoado, os edifícios dispõem-se de forma ortogonal, na orientação OSO-ENE e SSE_NNO; Na metade meridional, o edificado surge de forma igualmente ortogonal, mas com orientações SO_NE e SE_NO. Tendo em conta os trabalhos realizados, os dois conjuntos serão contemporâneos e as variações de orientação terão sido determinadas pela adaptação da topografia do local, uma vez que os dados arqueológicos exumados apontam, em constância, para uma ocupação centrada no século I d.C. O levantamento topográfico realizado em 2015 permitiu registar com rigor todas as estruturas artificiais e naturais presentes no povoado e na sua envolvente, e permitiu o cruzamento de dados entre as várias soluções defensivas e os resultados obtidos nas sondagens arqueológicas. Os perfis, cortes estratigráficos e alçados resultantes da intervenção, contribuíram positivamente para o conhecimento da sequência de ocupação do povoado, permitindo distinguir duas realidades cronológicas diferentes: uma primeira ocupação da Idade do Ferro, que ocupa toda a área intramuralhas; e uma segunda ocupação mais tardia, de época romana, que se implanta fora dos limites amuralhados, mas ainda em grande proximidade com o povoado. Os materiais exumados na intervenção corroboram esta sequência de ocupação, permitindo uma cronologia balizada entre o séc. II a. C. e o século I d. C.

  • Responsável

    Luís Fernando de Oliveira Fontes

  • Co-Responsáveis

    Bruno Delfim Pinto Fernandes Osório, Carla Maria Braz Martins e Mafalda Sofia Duarte Alves

  • Pessoas (relação)

    Carla Alexandra Sá Ferreira (Investigador)

Relatórios (-)