Quinta da Caneca I

Sítio (15968)
  • Tipo

    Villa

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Castelo Branco/Fundão/Três Povos

  • Período

    Romano

  • Descrição

    No topo de esporão/plataforma na confluência de pequenas linhas de água foram identificados alguns fragmentos de cerâmica comum (dolia) e de construção (tegulae), terra sigillata hispânica, uma mó manual rotativa e silhares, dispersos por uma área aproximada de 10.000m². Cristóvão (1992: 45, n.º 60), para além de referir a presença de "numerosos silhares de grandes dimensões", dolia, panças de ânfora, sigillata hispânica (Drag. 15/17 e 24/25), e de fragmentos de sigillata hispânica tardia, sigillata clara C (Hayes 50b), mó manual rotativa, peso de tear e escória", informa que "recentemente, aquando da abertura de valas para plantação de cerejeiras, descobriram-se alguns muros de tijolos e dois tambores de coluna" e "em 1973, no decorrer de trabalhos agrícolas, achou-se aqui uma inscrição funerária gravada na parte inferior de um elemento arquitectónico reaproveitado, talvez do coroamento de um jazigo. O monumento, actualmente guardado no Museu Eduardo Malta (Covilhã), não foi ainda estudado. Numa fotografia publicada no Jornal do Fundão (20.05.1973) pode ler-se: DIS / MANIBVS / SACRVM ." Sobre o achado desta epígrafe saiu uma notícia no Jornal do Fundão de 20.05.1973 (Ano XXVIII, n.º 1375, p. 2, "Estação Romana da Quinta da Caneca", s/ autor): "recentemente, na Quinta da Caneca (...), o tractor fez aflorar pedras trabalhadas pertencentes a uma villa romana e pôs a descoberto uma estela votiva (sic), dedicada aos deuses Manes. (...) Parece, no entanto, que a inscrição foi posta numa pedra que tinha outro uso, pertencente a um conjunto votivo mais extenso. A pedra tem num dos lados, virado sem dúvida para a frente, uma roda solar, símbolo do sol e talvez do deus Mitra, cujo culto era muito vulgar durante a segunda parte do Império (...). No local da descoberta eram há muito visíveis sinais de povoamento. Abundavam os pedaços de telhas, tijolos de pavimento e restos de olaria, fundos de 'olas' e louça mais fina, talvez mesmo alguma sigillata." Faz-se ainda referência ao achado de uma soleira, ao fundo de uma ânfora e a restos de forja e apresenta-se uma fotografia da epígrafe. No Jornal do Fundão de 27.03.1987 (Ano 42, n.º 2118, p. 19, artigo assinado por Ana Isabel Moura Silva) transcreve-se em parte o que anteriormente tinha sido registado e corrige-se pontualmente quando se diz que a peça tem uma natureza funerária, acrescentando-se: deveria "fazer parte de um mausoléu, como, de resto, também o sugere a omissão do nome do(s) defunto(s)." A epígrafe mencionada encontra-se hoje guardada na Biblioteca Municipal da Covilhã. Tem 0.80m de altura, 0.40 de largura e 0.34m de espessura máxima. Está em bom estado de conservação, com poucos sinais de desgaste, não obstante a fractura numa das extremidades. Apresenta lateralmente, como decoração, uma roseta com seis pétalas, inscrita num círculo. Na principal face direita está inscrito, em letras capitais bem desenhadas: DIS / MANIBVS / SACRVM (l.1: 7,3cm; l.2: 7cm; l.37,1cm; esp.1: 4cm; esp.2: 2,3 cm; esp.3: 2,1cm; esp.4: 43,5cm. Esta peça, que nunca foi devidamente publicada, fará parte do tipo de pulvini monumentais que integravam os mausoléus em forma de altar. Todavia, apresenta a particularidade de apresentar uma inscrição e numa face que não concorre para esclarecer o seu significado. Neste lugar foi ainda encontrado um conjunto de 10 moedas, constituído, fundamentalmente, por numismas da primeira metade do séc. IV (informação cedida por Maria João Ângelo, que procede ao seu estudo). Esta estação da Quinta da Caneca I poderá ter sido bastante destruída por surribas.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    -

  • Espólio

    Cerâmica comum (dolia), cerâmica de construção (tegulae), terra sigillata hispânica, terra sigillata hispânica tardia, sigillata clara C, uma mó manual rotativa, peso de tear, escória, silhares, dolia, panças de ânfora e uma epígrafe com uma inscrição funerária gravada na parte inferior de um elemento arquitectónico reaproveitado.

  • Depositários

    -

  • Classificação

    -

  • Conservação

    Destruído

  • Processos

    2000/1(069)

Bibliografia (0)

Fotografias (0)

Localização