Outeiro do Castelinho 1 - Castelinhos do Rosário

Sítio (19659)
  • Tipo

    Fortim

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Évora/Alandroal/Capelins (Santo António)

  • Período

    Romano

  • Descrição

    O fortim do Outeiro dos Castelinhos do Rosário implanta-se num destacado esporão junto da Ribeira do Lucefécit, fronteiro a um importante vau, adjacente a férteis solos agrícolas e a ricas jazidas mineiras. O esporão, de vertentes declivosas, apresenta uma elevada defensabilidade natural, instalando-se o conjunto edificado no topo e parcialmente nas encostas Norte e Oeste. Extensos trabalhos de escavação clandestina, levados a efeito no local, permitiram expor um impressionante conjunto arquitectónico composto por uma ampla área construída, em notável estado de conservação, com as cisternas a atingirem cerca de 2,50 m de altura visível. A construção apresenta uma grande complexidade organizativa que, à falta de um levantamento de pormenor, se torna difícil de compreender. A área edificada é constituída por dois corpos arquitectónicos principais, um no topo e outro no início da encosta Oeste, separados entre si por um corredor ou pátio, parcialmente rebaixado na rocha. Os muros exteriores de ambos edifícios apresentam uma assinalável espessura e robustez, entre 1 m e 1,50 m, e uma construção cuidada, utilizando o xisto local, por vezes em blocos de grande dimensão; os principais muros internos chegam a atingir um espessura de 0,80 cm, o que demonstra as grandes preocupações tidas com a robustez da construção. A estrutura do topo apresenta uma planta quadrangular com aproximadamente 25 m de lado, sendo constituída por um conjunto de compartimentos organizados, aparentemente, em torno de um pátio central. No seu interior são visíveis pisos em opus signinum podendo observar-se, nalguns compartimentos, restos do revestimento das paredes. O conjunto arquitectónico situado na encosta Oeste, separado do anterior por um corredor com cerca de 5 m de largura, apresenta uma planta quadrangular com cerca de 20 m x 24 m; o seu interior é substancialmente distinto do edifício do topo, apresentando três grandes tramos construtivos, com várias subdivisões, paralelos à encosta e escalonados ao longo desta. No extremo Norte deste conjunto, já na encosta Norte, situa-se a zona das cisternas. Estas destacam-se pelo seu soberbo estado de conservação, até ao arranque das abóbadas; são pelo menos quatro tanques, dois dos quais visíveis integralmente, interligados e revestidos a opus signinum. A inclusão deste sítio no grupo dos fortins parece-me óbvia, atendendo à robustez da construção e à localização privilegiada, em termos defensivos e estratégicos, ao controlar um vau da Ribeira do Lucefécit e estar adjacente a ricas jazidas mineiras. A dimensão e riqueza da área construída, tal como a impossibilidade de aferir a diacronia da ocupação3, impõem algumas reservas e muitas cautelas quanto à sua inclusão no conjunto. Na primeira publicação foi classificado como "villa fortificada" , realçando-se a robustez da construção e o seu aspecto fortificado, no que se assemelhava com o Castelo da Lousa, reconhecendo-se, contudo, que os materiais não autorizavam uma cronologia tão recuada como para este último.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Pela estrada de Aldeia de Ferreira até o Lucifecit

  • Espólio

    Fragmentos de cerâmica comum de época indeterminada e fragmentos de terra sigillata hispânica do periodo alto imperial romano.

  • Depositários

    ERA - Arqueologia, S.A.

  • Classificação

    -

  • Conservação

    Bom

  • Processos

    S - 19659 e 7.16.3/14-10(1)

Bibliografia (4)

Carta arqueológica do Alandroal (1993)
Fortins e recintos-torre do Alto Alentejo: antecâmara da "romanização" dos campos. Revista Portuguesa de Arqueologia (2002)
Ocupações romanas na margem direita do Guadiana. Um território em estudo. Al-madan (2002)
Salvamento arqueológico no Guadiana. Memórias d'Odiana - Estudos Arqueológicos do Alqueva (1999)

Fotografias (0)

Localização