Vale do Mouro / Gravato

Sítio (12796)
  • Tipo

    Villa

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Guarda/Mêda/Coriscada

  • Período

    Romano, Contemporâneo e Antiguidade Tardia

  • Descrição

    O sítio de Vale do Mouro, também designado como Gravato, localiza-se a 2 km para este da freguesia de Coriscada e a sul do chamado "Alto de Santa Bárbara". Está implantado numa plataforma aplanada virada a nascente e actualmente ocupada por oliveiras, videiras e pinheiros. Foi descoberta em 2001, no seguimento da publicação de J. D'Encarnação e F. Curado relativa a uma ara votiva romana, na freguesia da Coriscada, concelho da Meda, que teria tido origem naquele local. Trabalhos arqueológicos iniciados em 2003 e que continuaram a decorrer em anos seguintes, revelaram uma villa romana com ocupação entre o século I d.C. e o VI d.C. Foram identificadas termas, salas revestidas a mosaico (destacando-se a "Sala de Baco", com painel em mosaico polícromo), áreas funcionais relacionadas com a moagem e com a cozedura (fornos), área de laboração vinícola e armazenamento, ferraria, forja e área de fundição de metais. Nesta última foi exumado um conjunto monetário do século IV d.C., bem como objetos em ferro. Foram ainda registados um grande celeiro, uma provável olaria e um enterramento (século VI). É possível que alguns capitéis e colunas que se encontram na aldeia da Coriscada tenham tido origem nesta estação, que era conhecida como o local da antiga aldeia da Coriscada (ver CNS12776). Vestígios de quartzo e ganga dos filões, identificados no piso dos edifícios romanos poderiam constituir indícios da exploração de minas na envolvente, durante o período romano. Esta possibilidade motivou a realização de sondagens arqueológicas numa mina de estanho a céu aberto, a poucos metros do sítio romano. Os resultados dos trabalhos de 2015, por A. Sá Coixão, demonstraram o uso de pico de ferro, técnica de mineração utilizada em época romana. Não foi, contudo, possível datar a exploração. Em 2019, foram novamente realizados trabalhos arqueológicos na mina, por E. Meunier e A. Sá Coixão, tendo em vista a datação da mesma, bem como verificar as suas características técnicas. Foi possível identificar duas fases de exploração: uma que não foi possível datar e outra ocorrida no século XX. Esta última mineração levou à destruição do fundo da mina, o que dificultou a obtenção de dados cronológicos precisos relativamente à fase anterior, não possibilitando a sua associação a uma cronologia romana.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    A partir da aldeia da Coriscada, contornando o cabeço de Santa Bárbara seguindo o caminho de terra batida em direcção à ribeira até próximo do Gravato.

  • Espólio

    Material de construção (tegulae, imbrices e tijolos de gande dimensão), cerâmica comum, dolia, e terra sigilata, escória, pedra aparelhada em abundância, 3 moedas de finais do século III e o Séc. IV d. C, tesouro monetário do séc. V d.C (400 moedas) metais em ferro, cobre e bronze, algum material lítico pré-histórica (percutores).

  • Depositários

    Museu da Casa Grande (Palácio Barroco), Freixo de Numão

  • Classificação

    Classificado como IM - Interesse Municipal

  • Conservação

    Regular

  • Processos

    S - 12796 e 2003/1(178)

Bibliografia (7)

A Romanização na bacia do rio Côa (2003)
Alguns subsídios para o estudo da romanização na área do concelho de Meda. Côavisão (2004)
Las termas y balnea romanos de Lusitania (2004)
O thiasos báquico rumo ao paradeisos. O exemplo do mosaico de Vale do Mouro (Coriscada, Meda). Imagens do paradeisos nos mosaicos da Hispania (2016)
Os restos têxteis que envolvem um tesouro monetário. Côavisão (2008)
Uma história de dolia: uma primeira análise aos recipientes ceramicos de armazenagem de vale do mouro (Coriscada, Meda). Cultura, Espaço e Memória (2019)
Vale do Mouro (Coriscada - Meda). Intervenção arqueológica do ano de 2007. Côavisão (2008)

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Localização