Castelo de Penamacor/ Cimo da Vila

Sítio (20212)
  • Tipo

    Castelo

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Castelo Branco/Penamacor/Penamacor

  • Período

    Calcolítico, Idade do Bronze, Romano, Alta Idade Média, Medieval Cristão e Moderno

  • Descrição

    O "Castelo de Penamacor", também referido como "Fortaleza de Penamacor", localiza-se num cabeço granítico alongado, entre as ribeiras de Ceife e das Taliscas, afluentes do rio Ponsul, a c. de 600 m de altitude. A sua localização permite o alcance visual com a serra da Estrela, o Castelo do Monsanto, e a linha de fronteira. O núcleo medieval encontra-se delimitado por muralhas, de planta ovalada irregular. O acesso efectua-se por uma porta em cotovelo e a Torre de Menagem ("Torre de Vigia") virada a Sul, com porta sobrelevada, encontra-se afastada das restantes edificações. Desconhece-se a data exacta de construção do Castelo. Penamacor terá recebido foral em 1209, atribuído por D. Sancho I e rectificado em 1217 por D. Afonso II. Dada a sua posição estratégica foi alvo de várias remodelações; no reinado de D. Dinis terão sido construídas a porta falsa, a barbacã e o balcão de matacães; durante o séc. XV foram contruídos os cubelos ultrapassados e troneiras na muralha exterior. No desenho de Duarte d'Armas, em 1509, apresenta uma planta subquadrangular com duas linhas de muralha, uma entrada, uma cisterna e diversos edifícios sobradados. Ainda durante o reinado de D. Manuel são efectuadas diversas obras, incluindo uma remodelação da Torre de Menagem. No século XVII, durante as Guerra da Restauração, são efectuadas importantes obras de adaptação aos novos sistemas de defesa, como a artilharia, tendo sido reforçados os panos de muralha e construídos baluartes. A fortificação foi ocupada pelas tropas francesas durante o período das Invasões Francesas. Alvo de diversos estudos historiográficos e arquitectónicos, o Castelo de Penamacor foi alvo de intervenções arqueológicas entre 2003 e 2006, no âmbito de um PNTA - Valorização Arqueológica do Castelo de Penamacor/Cimo da Vila - tendo sido escavados os sectores do Largo do Castelo, Porta Falsa/Alcáçova e Pelourinho/Necrópole de Penamacor. Em 2017 o Castelo foi alvo de sondagens arqueológicas efectuadas no âmbito do projecto de "Requalificação da Fortaleza / Castelo de Penamacor". As intervenções arqueológicas de 2003/2006 revelaram a presença de artefactos líticos e cerâmicos que apontam para uma ocupação deste espaço entre o Calcolítico e a Idade do Bronze Final. A inexistência de estruturas pode ser explicada pelo reaproveitamento da pedra como material de construção em épocas posteriores. Também foram exumados alguns materiais, como ganchos em bronze (elementos de couraça), uma fivela, um brinco e contas em pasta de vidro azul ou branco que indiciam uma ocupação em época romana e em período visigótico. As intervenções arqueológicas permitiram constatar que a muralha medieval foi construída directamente sobre o afloramento granítico, que em alguns locais foi cortado. Foi identificada a base da muralha associada à Porta Falsa e troços da barbacã, representada por Duarte d'Armas, confirmando que esta estrutura encostava à Torre do relógio e que se prolongava para Norte e Oeste. As escavações, designadamente na zona do Pelourinho, permitiram perceber que a barbacã terá sido desactivada em finais do séc. XVI/XVII. O espaço, compreendido entre a muralha da vila e a barbacã, utilizado como lixeira, terá sido, então, nivelado para permitir a circulação e a colocação de armamento. Entre meados do séc. XVIII e meados do séc. XIX este espaço foi utilizado como área de enterramentos, alguns dos quais de soldados. A maioria dos materiais exumados referem-se à ocupação Medieval/Moderna, entre o séc. XIII e inícios do séc. XVII, estando representadas cerâmicas de fabrico regional e de importação (Paterna ou Manizes) e materiais consentâneos com uma praça militar. [Actualizado, II,15/Set/2020]

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Pela Rua de S. Pedro

  • Espólio

    Artefactos líticos (sílex e anfibolito): raspadeiras e lamelas e machados em pedra polida, percutor; peso de tear (granito), pesos de rede(seixo). Cerâmica pré e proto-histórica: Vasos de colo alto, de suspensão, com decoração unguliforme sobre o bordo, mamilos, decoração de conjuntos ondulados, horizontais ou verticais incisas, ornatos brunidos, recipientes lisos de forma troncocónica; taça com decoração plástica incisa sobre o bordo; taça com bordo extrovertido; Romano e Visigótico - Elementos de arreio, fivela e ganchos, em bronze; alfinete com decoração incisa, em osso; conta em pasta de vidro azul cobalto ou branco; brinco em bronze; Medieval/Moderno - Cerâmica de cozinha e de mesa (taças, testos e tampas, panelas, potes, pratos, travessas) em cerâmica comum, vidrada, esmaltada, com decoração em reflexo metálico dourado (tipo Paterna/Manizes), talhas, um fragmento de garrafa (Bellarmino); Metais - pingente em bronze; medalhão, medalha, copela, dedal, alfinetes, remate de pon

  • Depositários

    Museu Municipal de Penamacor

  • Classificação

    Classificado como MN - Monumento Nacional

  • Conservação

    Regular

  • Processos

    S - 20212 e 2009/1(377)

Bibliografia (4)

- Arqueologia no castelo de Penamacor - Cimo da Vila: a alcáçova e o cemitério. Resultados das campanhas de 2004 a 2006.. Arqueologia Medieval (2010)
Carta arqueológica de Penamacor: exposição (2016)
Escavações arqueológicas no castelo de Penamacor/Cimo da Vila: resultados da primeira campanha (2003).. Revista Portuguesa de Arqueologia. (2004)
Evidências Históricas do Castelo de Penamacor - Da Pré-História ao século XIX. Catálogo da Exposição (2007)

Fotografias (1)

Localização


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