Montalegre - Via XVII

Sítio (20566)
  • Tipo

    Via

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Vila Real/Montalegre/Viade de Baixo e Fervidelas

  • Período

    Romano

  • Descrição

    Troço de caminho, parte integrante da via XVII do Itinerário de Antonino. Nesta freguesia tem início alguns metros para Sul da ponte da Cambela, nas imediações da qual foi encontrada uma estela funerária, de época romana. Efetivamente na descida para a ponte conserva-se um belo troço lajeado, cujos marca dos rodados é notória. A via entrava no concelho de Montalegre junto à ponte do Arco (ponte romana), milha 35 desde Bracara Augusta ou 43 desde Aquae Flaviae, continuava pela aldeia de Vilarinho dos Padrões, Venda Nova e Castro de Codeçoso. Neste troço que contempla a freguesia da Venda Nova encontra-se submersa pela albufeira da Venda Nova. Nos Pisões, segundo Lereno Barradas atravessaria a antiga EN ao Km. 116, onde conservava um agradável troço de calçada. Desde os Pisões encontra-se submersa pela albufeira do Alto Rabagão até Villa de Mel, a Sul do Alto do Pedrouço. Na Cruz de Leiranque, local inundado pela albufeira foi encontrado um miliário, posteriormente transferido para Viade de Baixo - CNS 19818. Segundo informação anterior ao levantamento efetuado pela CM Montalegre, os restantes miliários provenientes deste troço encontram-se no Museu da Região Flaviense. É um dos troços mais conhecido da Via XVII do Itinerário de Antonino, onde foram registados miliários in situ e principalmente onde se encontraram miliários com marcação desde Chaves e desde Braga, na mesma milha, facto que não se volta a constatar no decurso desta via. Há ainda referencia de que neste percurso de três milhas romanas (cerca de 4,5 km) existiam 10 miliários, de entre os quais dois são anepígafos, um apenas se conservam as milhas, dois são da dinastia Júlio-Claudiana (Cláudio e Tibério) e quatro da dinastia dos Antoninos (Trajano e Adriano). Para obtermos uma descrição deste troço tivemos que nos limitar aos registos mais antigos (anteriores à construção da albufeira), uma vez que só é possível reconhecer este caminho quando o nível da albufeira desce consideravelmente. Na ponte do Arco, segundo Argote a via cruzava a antiga estrada nacional, continuava por Padrões, Venda Nova, correspondente ao lugar antigamente conhecido por Venda dos Padrões, Codeçoso do Arco, encosta do castro de Codeçoso, milha 38, deste ponto a via descia pela encosta Ocidental até ao rio Rabagão, que cruzava no lugar de Porto de Carros, onde existia a ponte dos Três Olhais, sobre o Rabagão, referida por Argote, e destruída pelas cheias.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    EN103, após passar os Pisões, junto ao km115, cruzamento à direita, embora se trate de um caminho de reconstrução recente, era também este o percurso da via. O traçado encontra-se atualmente todo ele submerso pela albufeira e um dos miliários foi transladado para a entrada de Viande de Baixo - CNS 19818.

  • Espólio

    Dez miliários que actualmente se encontram no Museu da Região Flaviense e Museu Nacional de Arqueologia.

  • Depositários

    Museu Nacional de Arqueologia e Museu da Região Flaviense - Chaves

  • Classificação

    -

  • Conservação

    Regular

  • Processos

    2003/1(584)-B e 92/1(025)

Bibliografia (11)

A Via Romana entre Bracara Augusta e Asturica Augusta, por Aquae Flaviae (contributo para o seu estudo). Revista de Guimarães (2000)
A rede viária romana da faixa atlântica entre Lisboa e Braga (1996)
Aqvae Flaviae I. Fontes Epigráficas da Gallaecia Meridional Interior (1997)
As Grandes Vias da Lusitânia: o itinerário de António Pio(Vol. 3) (1960)
Estudo da estrada militar romana de Braga a Astorga (1895)
II. Inscriptiones Hispaniae Latinae. CIL Corpus Inscriptionum Latinarum (1869)
Memórias para a História Ecclesiástica do Arcebispado de Braga, Primaz das Hespanhas (1732)
Miliarios do Conventus Bracaraugustanus em Portugal. Reliquias d'epigraphia romana, transladadas dos proprios monumentos. (1895)
Notas sobre vias romanas em terras flavienses (1971)
Via Prima. Revista Aquae Flaviae (1990)
Vias romanas das regiões de Chaves e Bragança. Revista de Guimarães (1956)

Fotografias (0)

Localização