Malhada de Cambarinho

Sítio (23394)
  • Tipo

    Afloramento monumentalizado

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Viseu/Vouzela/Ventosa

  • Período

    Idade do Bronze e Idade do Ferro

  • Descrição

    Identificado no âmbito do Estudo de Incidências Ambientais do Parque Eólico de Fornelo do Monte e Interligações Eléctricas a Vouzela, Bodiosa e Tondela. Trata-se de um fantástico monumento, cujas características são ainda inéditas no léxico dos monumentos cultuais do megalitismo. Em termos arquitetónicos caracteriza-se por dois maciços graníticos que são envolvidos por um anel de blocos graníticos com diâmetro N-S de 8,5 m e E-O de 8 m. O maciço mais proeminente mede 4 m de comprimento 2,5 m de largura e 0,80 m de altura, apresentando no topo um conjunto de cinco covinhas, quatro das quais em linha com orientação sudoeste-nordeste. No extremo nordeste desta linha, e a norte, encontra-se uma outra covinha. A base deste afloramento, a oeste confina com um outro afloramento mais baixo, com cerca de 4 m de comprimento por 2 m de largura e apenas 0,30 m de altura média. Também aqui se podem observar quatro covinhas em linha, duas das quais mais fundas nos topos. Este conjunto de covinhas confina a sul com um entalhe no afloramento aparentemente artificial de formato retangular. O anel, de planta subcircular, apresenta uma entrada a norte delimitada por dois blocos que se assumem como umbrais. No entanto, no lado sul este anel apresenta-se menos bem conservado, não sendo possível, para já, dizer com segurança se ele seria aberto igualmente a sul. O espaço existente entre os afloramentos e o anel está preenchido com o que aparente ser uma carapaça de pedras. Implantado quase no extremo este do retalho aplanado da Malhada do Cambarinho, este monumento limita, por este lado, a necrópole megalítica homónima. Por outro lado, parece ocupar uma posição quase central entre dois afloramentos rochosos, um de maiores dimensões com evidências de arte rupestre (40°40¿51.1¿¿ N / 08º07¿07.8¿¿ W) a cerca de 115 m a este e um de menores dimensões a cerca de 30 m a noroeste. O monumento megalítico mais próximo é a Casa da Orca da Malhada do Cambarinho (ou Malhada de Cambarinho 1), localizada apenas a 135 m a S.SO. Não temos dúvidas que este monumento terá desempenhado um importante papel na construção cénica deste território sagrado. A sua escavação de 2019 pareceu confirmar este papel cultual, não funerário, e atribuir-lhe uma cronologia de final da Idade do Bronze ou imediatamente posterior.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Através das indicações fornecidas pelo Roteiro Megalítico de Vouzela.

  • Espólio

    Vasos de pequenas dimensões (alguns com colo), lisos, cozeduras tendencialmente redutoras. Parecem integrar-se no "Grupo Baiões/Sta. Luzia", do Bronze Final da Beira Alta.

  • Depositários

    -

  • Classificação

    -

  • Conservação

    Regular

  • Processos

    S - 23394, 2001/1(407) e 2016/1(117)

Bibliografia (6)

Antiguidades Pré-históricas de Lafões. Contribuição para o estudo da Arqueologia de Portugal (1921)
Carta arqueológica do Concelho de Vouzela (1999)
Casa da Orca da Malhada do Cambarinho (Vouzela, Distrito de Viseu). Estudos Pré-Históricos (1993)
Die Megalithgraber der Iberischen Halbinsel, Der Westen (1998)
Monumentos megalíticos do concelho de Vouzela. Vouzela: estudos históricos. Monumentos megalíticos do concelho de Vouzela. Vouzela: estudos históricos (1999)
Para uma recuperação do megalitismo de Lafões (Viseu, Portugal). O concelho de Vouzela enquanto case-study. De Gibraltar aos Pirinéus: Megalitismo, Vida e Morte na Fachada Atlântica Peninsular (2018)

Fotografias (0)

Localização