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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Moinho de Água
Leiria/Leiria/Leiria, Pousos, Barreira e Cortes
Idade Média, Moderno e Contemporâneo
O sítio denominado Moinho do Papel corresponde a um antigo moinho de cronologia medieval, moderna e contemporânea. Situa-se na Rua da Fábrica de Papel no centro da cidade de Leiria, entre a Ponte dos Caniços e o Convento de Santo Agostinho, na margem esquerda do Lis. Esta área foi, em época medieval, uma zona economicamente estratégica e aqui se situavam vários edifícios de moagem de cereais, que laboraram até época contemporânea. Ainda que o alvará de concessão de engenho para fabrico de papel seja datado de 1411, a análise das fontes históricas permitiu averiguar que existiriam anteriormente naquele local dois moinhos, que nessa data estariam destruídos desde 1331. O Moinho de Papel foi também uma peça fundamental na escolha da localização do edifício conventual de Santo Agostinho, tendo sido incluído na cerca e espaço dos monges Agostinhos desde o século XVI. Os trabalhos de limpeza realizados em 2003 permitiram verificar que a estrutura teria sofrido diversas fases de construção (presentes também no tipo de materiais de construção do edifício e em várias estruturas que subsistiram), podendo inclusive integrar uma das duas estruturas pré-existentes e que vêm referidas no alvará de 1411. Embora não seja possível precisar uma cronologia, pensamos que poderá remontar ao séc. XIV ou ser ainda anterior. O seu primeiro uso deverá ter sido o de moagem de cereais mas, a partir de 1411, passa a funcionar como fábrica de papel. Funciona também como local de fabrico de ferro, serração de madeira e para pisar burel. Mais tarde volta a funcionar como moagem de cereais (milho, trigo e descasque de arroz). Já no século XX iniciou a produção de azeite, com a introdução no espaço de um lagar de prensa tradicional. Na fase final de funcionamento retoma o seu uso inicial, exclusivamente como moagem de cereais. Com o acompanhamento arqueológico em 2006, tornaram-se novamente visíveis antigas estruturas que se inserem no mesmo contexto histórico e funcional daquela zona: a Oeste apareceu restos de um outro moinho denominado "Moinho do Lagoa", bem como o muro que separava a levada do rio e uma outra estrutura onde encaixaria a grande roda hidráulica de abastecimento à conduta da Cerca do Convento de Santo Agostinho e, mais tarde, ao tanque do quartel do Regimento de Infantaria 7. Foram igualmente descobertas as fundações e estruturas do antigo lagar de azeite de varas, cuja existência se balizará entre finais do século XIX e cerca de 1947. Este lagar utilizava três mós verticais sempre movidas a energia hidráulica. Na zona Norte descobriram-se também as fundações das bases de pedra das varas, o local da caldeira/fornalha para o aquecimento da água, parte da canalização coberta por laje de pedra, a fundação da estrutura onde assentaria a galga de 3 mós verticais, as fundações que serviam de suporte ao encaixe do casal de mós de funcionamento elétrico e a caixa de visita contemporânea, com saída para o antigo canal de água. As peças recolhidas em contexto de obra são de recolha de superfície ou de unidades de enchimento contemporâneo para regularização de novos pavimentos. Além destas, foram também recolhidos alguns objetos que se encontravam no interior do edifício, em contexto de limpeza do espaço. No geral, este conjunto reporta à arqueologia industrial do espaço e dos últimos habitantes do moinho, ainda que, cronologicamente, não provenha de contexto seguro; no entanto, é possível definir uma baliza cronológica enquadrável entre o século XVIII e o século XX.
Terrestre
O acesso faz-se pela estrada que atravessa a Rua da Fábrica do Papel (ou Rua Roberto Ivens) em Leiria.
Lote de espólio relacionado com as actividades económicas e industriais que ali se practicam (6 dormentes em granito, 7 moventes em granito e lioz, 1 rodízio de 33 penas em ferro, 1 rodízio de 20 penas côncavas em madeira, 1 rodízio de 25 penas em fibrocimento, 3 moengas em madeira de pinho; 4 cambeiros de chapa metálica, 3 crivos de madeira para separar a azeitona; 4 tararas de debulhar cereal (em madeira e metal), 2 suportes de tarar em madeira, quelha e regulador em madeira, carroça para possível transporte de farinha, veios metálicos em ferro, 2 bases de pedra do lagar de varas, várias segurelhas, 1 balança de farinha, várias medidas em meta, um conjunto de relas e aguilhões). Espólio diverso (vários fragmentos de cerâmica doméstica, construção e armazenamento (em especial talhas de azeite), alguma faiança decorada, um numisma de 1983, um pequeno cordão em ouro, um pião em madeira, um cantarinho de cerâmica quase completo, um apito de água (ocarina), uma rela metálica e uma pia de
Oficina de Arqueologia - Câmara Municipal de Leiria
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Regular
2002/1(699) e 2004/1(199)