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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Convento
Leiria/Leiria/Leiria, Pousos, Barreira e Cortes
Medieval Cristão, Moderno e Contemporâneo
O sítio denominado Convento de São Francisco/Companhia Leiriense de Moagem corresponde a um convento e complexo industrial, cronologicamente enquadrado entre a Época Medieval e a Época Contemporânea. Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público, estando salvaguardado pela respetiva Zona Especial de Proteção. O Convento de S. Francisco de Leiria, um dos mais antigos do país, foi fundado no século XIII, provavelmente em 1232 ou 1233 no Rossio de Santo André (Arrabalde da Ponte). No entanto, devido a inundações constantes que causavam grandes prejuízos, mais tarde foi transferido para o local onde hoje se encontra. Apesar disso esta transferência para junto da margem direita do rio Lis não veio resolver o problema das inundações, que se continuaram a fazer sentir mesmo após o desvio do leito e a construção do Marachão no século XVIII. O Convento encontrava-se fora do aglomerado urbano, rodeado por uma várzea que os frades drenavam e cultivavam. Para abastecer o convento de água potável, foi construído um aqueduto que a transportava desde o Olho do Pedro (Fonte Quente), no sopé do Monte de S. Miguel. As terras que existiam entre este monte e o convento eram ligadas por uma ponte. A igreja foi sagrada em 14 de Janeiro de 1562 por D. Luiz de Normão, Franciscano, tendo sido objeto de remodelações na segunda metade do século XVIII, de acordo com a inscrição colocada junto à porta principal. Após a extinção das Ordens Religiosas no século XIX, o convento (que nunca chegou a ser concluído) passou a ser administrado pelo Estado que cedeu a área conventual à Câmara Municipal de Leiria, por Carta de 2 de Julho de 1855, que aí instalou a cadeia municipal. A igreja foi novamente entregue à Ordem Terceira de São Francisco em 1861. Em 1919 o velho convento foi adquirido pela Companhia Leiriense de Moagem, a qual iniciou a sua laboração em 1921. Nestas obras de remodelação, foi acrescentado ao edifício um andar com grandes janelas uniformes, tendo no entanto, sido preservado o claustro e os vãos nos dois pisos da fachada primitiva. O acompanhamento realizado em 2002 permitiu perceber um caminho de passagem entre o claustro da ala Sul e a igreja. Os vestígios cerâmicos encontrados apontam para a destruição da ala Sul em finais do século XVIII, posteriormente ao qual foi edificado e os materiais recolhidos revelam cerâmica comum, faiança e artefactos que apontam para o século XVIII e XIX. Em maio de 2005 foram realizadas 4 sondagens na área Norte do Claustro e em todas foram verificados momentos de ocupação enquanto Convento e enquanto Moagem. A grande quantidade de cerâmicas detetadas numa das unidades indicia que aquela área fosse invadida pelas águas do rio Lis, trazendo cerâmicas a partir do século XVIII. Já em 2015, por baixo das camadas referentes à implantação da fábrica, verificou-se a existência dum claustro retangular, revestido por um pavimento cerâmico, e um possível lavabo, associado a um eventual poço, na zona central. Na área Este do claustro observou-se a existência de duas estruturas de planta quadrada que poderão corresponder a bases de assentamento de arcos, sendo que na área adjacente foram recolhidos elementos arquitetónicos pertencentes a um arco, nomeadamente fragmentos de colunas e algumas aduelas. Na intervenção de 2015 a 2017, verificou-se que grande parte do aparelho de construção do edifício, no rés-do-chão, pertence a um período de ocupação do Convento, tendo sido detetado aparelho de alvenaria em pedra, ou aparelho rústico e alguma alvenaria em tijolo já do século XX. As estruturas escavadas terão sido construídas após o reinado de D. João I e desativadas após o reinado de D. Manuel I (1469 - 1521). As camadas mais baixas atestam para as múltiplas cheias que ocorreram na cidade e que afetaram também este espaço e, na área mais a leste, surgiram vestígios osteológicos humanos, sem contexto funerário específico (18 ossos de indivíduos adultos).
Terrestre
Avenida Cidade de Maringá - ala Poente: fachada principal, igreja e CLM, n.ºs 14 e 16; Rua de São Francisco - ala Sul: fachada lateral esquerda da Igreja, n.ºs 27, 29, 31; Rua da Europa - ala Norte: fachada lateral direita da CLM; Rua Camilo Korrodi - ala Nascente: fachadas posteriores da CLM e da Igreja.
Cerâmica comum, cerâmica vidrada, faiança (louça azul e branca com influência da decoração oriental, loiça "Ratinhos"), fragmentos de tijoleira, madeira, elementos de metal, moedas, escória, cerâmica de construção, pregos, material osteológico e faunístico.
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Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Regular
S - 29122 e 2004/1(199)