Museu Arqueológico de Faro / Convento de Nossa Senhora da Assunção

Sítio (30608)
  • Tipo

    Edifício

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Faro/Faro/Faro (Sé e São Pedro)

  • Período

    Romano, Medieval Islâmico, Medieval Cristão e Moderno

  • Descrição

    Sondagens efetuadas no âmbito da construção de caves para a reserva do museu, permitiram identificar dois muros, que apesar de se encontrarem adossados, são de diferentes épocas. O primeiro é um muro de época romana e o segundo, pelas características construtivas, parece corresponder a época medieval/moderna, atestando assim ocupações mais antigas desta parte da cidade de Faro. NO que diz respeito à história do edifício, o convento de Nossa Senhora da Assunção, foi construído a parir de 1519 no sítio da antiga judiaria de Faro, com o intuito de albergar uma comunidade Franciscana que seguia os ensinamentos de Santa Clara. Foram duas meias irmãs naturais de beja (Maria das Chagas e Leonor da Trindade) que se encarregaram dos preparativos para a instalação da casa conventual num local abandonado pelos judeus em 1497, junto a uma das portas de entrada da Vila-Adentro (porta do repouso). O convento passou por várias fases de construção: a primeira patrocinada pela rainha D. Leonor, de 1519 a 1525, a segunda e a terceira, sob o patrocínio de D. Catarina, mulher de D. João III, de 1529 a 1550, considerada a fase mais ativa da obra, e tendo a dirigir a mesma o arquiteto Afonso Pires, e de 1552 a 1564, sendo arquiteto Diogo Pires. A campanha manuelina resultou na construção das alas norte - Igreja, e oeste -Sala do capítulo, no piso térreo e dormitório no piso superior. Com a morte de D. Leonor as obras param e só recomeçam com D. Catarina, dedicando-lhe uma atenção muito especial, facto que lhe fez valer o epíteto de Fundadora. È durante a década de trinta do século XVI e década seguinte que se verifica maior atividade no estaleiro da obra, sob as ordens de Afonos Pires, e é nessa altura que conclui o corpo da igreja e o seu portal, datado de 1539, bem como a enfermaria (1545) e o claustro, concluído em 1548. Este é composto por dois pisos, com quatro tramos por piso, separados por grossos contrafortes e cantos cortados obliquamente. O claustro é considerado pelos especialistas como protorenascentista, sendo o de Faro como o da Hospedaria de Tomar, considerados os primeiros. É já na terceira fase que se conclui a construção da cerca e da portaria. Em 1561, já sob a direção de Diogo Pires, edifica-se o alpendre para o portal da igreja, os arcos de reforço interno da mesma e uma janela aberta na capela-mor. As obras terminam em 1564. Com o decreto de 28 de Maio de 1834 e extinção das ordens religiosas, o convento passa para a Fazenda Nacional, que o vende separadamente até 1844. Este é depois sucessivamente comprado por privados, um dos quais (Abrahão Amram) que instala aí uma fábrica de cortiça (1900).

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Rua do Castelo, Rua do Repouso e largo Afonso III.

  • Espólio

    Fragmentos cerâmica de época moderna, romana e islâmica, restos osteológicos de animais, pregos, vidros.

  • Depositários

    Museu Municipal de Faro

  • Classificação

    Classificado como MN - Monumento Nacional

  • Conservação

    Bom

  • Processos

    S - 30608

Bibliografia (7)

Faro, evolução urbana e património (1993)
Fábrica da Cerveja Portugália e Convento das Freiras. Estudos dos edifícios e projeto de adaptação a museu.. Monumentos (2006)
Mosteiros Medievais de Clarissas em Portugal. Constributos para a sua caracterzição morfotipológica, recuperação e valorização. (2006)
O "destino" doas antigos espaços conventuais da cidade. Monumentos (2006)
O Convento de Nossa Senhora da Assunção em Faro (1990)
O Convento de Nossa Senhora da Assunção: (des)construção da memória (2007)
Uma obra régia em Faro: o convento de Nossa Senhora da Assumpção. Al Gharb (2008)

Fotografias (0)

Localização