Malhada do Vale da Água

Sítio (33349)
  • Tipo

    Vestígios Diversos

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Beja/Ferreira do Alentejo/Ferreira do Alentejo e Canhestros

  • Período

    Calcolítico, Idade do Bronze, Alta Idade Média, Medieval Islâmico, Contemporâneo e Indeterminado

  • Descrição

    uma ampla dispersão de estruturas em negativo e com uma longa diacronia de ocupação: contextos de cronologia pré-histórica (nomeadamente da Idade do Bronze), do período Tardo-Romano e Antiguidade Tardia, do período Islâmico e da Época Moderna/Contemporânea. A ocupação pré-histórica corresponde a um conjunto de "fossas" e um valado/fosso, grande parte delas com uma componente artefactual cerâmica articulável com a Idade do Bronze, destacando-se a presença de formas carenadas e superfícies brunidas (por vezes, acompanhada por elementos líticos e fauna mamalógica). Nesse conjunto é de salientar que quatro das "fossas" apresentavam pingos em liga de cobre e fragmentos de cadinho que permitem a sua associação à prática da metalurgia. No que diz respeito ao valado/fosso é de salientar que o seu enchimento, para além de elementos cerâmicos articuláveis com a Idade do Bronze, apresentava também um fragmento de um prato de bordo espessado e outro de bordo biespessado, que articulam esta estrutura com o Calcolítico regional, e continha uma amostra de elementos líticos em jaspe, característica da indústria lítica do Paleolítico médio. A ocupação do período Tardo-Romano e da Antiguidade Tardia encontra-se materializada numa área de necrópole e por um conjunto de três dolia in situ. Estes recipientes cerâmicos encontravam-se acondicionados em interfaces verticais, tendo-se preservado, fundamentalmente, a sua parte inferior; na análise morfo-técnica destes elementos foi possível verificar que alguns dos fragmentos apresentam uma decoração impressa (cordada). Os contextos funerários correspondem a inumações em três valas sub-retangulares com uma orientação N-S, encontrando-se uma delas com um "forro" lateral em lajes de xisto e tégula. Nesta estrutura foi identificado um nível de inumação de um indivíduo adulto do sexo feminino, associado a um jarro cuja morfologia remete para os séculos VI-VII; para além deste nível de inumação primária, foi identificado um ossário e vestígios de uma inumação anterior de um indivíduo adulto do sexo masculino. Ao lado desta estrutura, encontra-se outra, que não apresentava qualquer revestimento, onde se encontrava a inumação de um indivíduo adulto do sexo feminino, um sub-adulto e um nível de ossário. Na terceira estrutura foi identificado um nível de ossário, cuja análise remete para um conjunto de três indivíduos adultos e um sub-adulto. É de salientar que a estrutura apresenta uma dimensão menor do que as restantes e que não foi identificado qualquer elemento que remetesse para a existência de uma inumação primária. O período islâmico encontra-se documentado por um contexto funerário afetado. A análise antropológica concluiu que o cadáver corresponde a indivíduo adulto do sexo feminino que, embora se apresente em decúbito dorsal, terá sido colocado em decúbito lateral direito com uma orientação Sudoeste(crânio)-Nordeste(pés), ficando a face voltada para SE. A Época Moderna e Contemporânea encontra-se documentada pela ocorrência de fragmentos de cerâmica comum, alguns dos quais apresentam superfícies vidradas. Desta época presença ainda de uma estrutura com parede de aparelho misto, muito degradada e afectada por obras da «Empreitada de Construção das Infra-Estruturas de Rega e Drenagem do Bloco 1 do Aproveitamento Hidro-Agrícola de Ervidel». Esta estrutura contém reutilização de materiais mais antigos, nomeadamente materiais de construção romanos e localiza-se praticamente em todo o limite Sul da sondagem. No interior da sondagem, verificaram-se dois níveis distintos de derrube, com vários materiais cerâmicos de época moderna. Foram encontrados alguns elementos metálicos, entre os quais um numisma, oriundo do interior da cita estrutura. Esta última parece prolongar-se tanto para Este, como para Oeste da sondagem.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Saída de Ferreira do Alentejo para Gasparões pela EM526, percorrendo 6kms até virar à esquerda em direcção ao Monte do Sobrado. Seguir pelo acesso rural até ao casario do monte. Ao chegar, descer estrada de terra batida em direcção ao barranco d

  • Espólio

    Fauna, um numisma, raro material de época romana, material cerâmico moderno. Foram recolhidos materiais associados à ocupação pré-histórica, nomeadamente cerâmica manual, utensílios líticos e fauna. No que diz respeito às formas cerâmicas estão presentes taças carenadas, recipiente ovoíde fechado com decoração plástica e cadinhos. Do período tardo romano e Antiguidade Tardia, foram recuperados três dolia, um jarro (que acompanhava uma inumação humana), material de construção. Da época moderna/contemporânea foram recuperados fragmentos cerâmica vidrada, faiança, comum e construção.

  • Depositários

    Museu Municipal de Ferreira do Alentejo

  • Classificação

    -

  • Conservação

    Mau

  • Processos

    S - 33349 e 2008/1(216)

Bibliografia (0)

Fotografias (0)

Localização