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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Mancha de Ocupação
Beja/Beja/Nossa Senhora das Neves
Paleolítico, Paleolítico Inferior e Indeterminado
Duas realidades distintas observadas depósitos com material litico, provavelmente de cronologia Acheulense e interfaces de enquadramento indeterminado de tipo fossa. A caracterização da Pré-História Antiga revelou uma estratigrafia linear organizada camada superficial; um espesso pacote sedimentar de origem aluvial que testemunha a inundação e deposição de argila, sobrepondo-se a um depósito sedimentar de cascalheira onde surgem associados artefactos de pedra lascada em porfiros, quartzo e quartzito. Cobre o substrato geológico estéril do ponto de vista arqueológico. Os materiais recolhidos correspondem a 9 peças, cuja categoria estrutural mais abundante são os produtos de debitagem, que incluem as lascas, e os núcleos, seguidos dos fragmentos e dos configurados. As lascas são de média e grande dimensão (> 3 cm), com talões corticais e faces dorsais semicorticais. Os núcleos são unifaciais e com poucos levantamentos, há que fazer referência a existência de um núcleo unifacial sobre lasca e de outro que apresenta impactos de ter sido utilizado também como percutor, ambos em quartzito. É de destacar também, a presença de uma grande lasca retocada em pórfiro. É destacado a identificação de uma remontagem de duas peças em quartzito: uma lasca e um núcleo sobre lasca. A presença de pelo menos uma remontagem neste contexto corrobora a interpretação geológica para a origem da concentração destes materiais, apontando para uma deslocação mínima destes. Este conjunto é apenas uma pequena parte da área identificada no acompanhamento arqueológico. Nesse cômputo global, os materiais recolhidos podem-se enquadrar dentro do período crono-cultural Acheulense. Os materiais da sondagem em pórfiro e em quartzito permitem uma ligação com o resto do conjunto lítico recuperado durante o acompanhamento arqueológico, conjunto este onde foram identificados vários artefactos, especialmente nestas matérias-primas, com características técnicas pertencentes a este tecno-complexo, tais como: lascas e configurados de grande formato (bifaces, machados de mão, etc.). Trata-se assim de num contexto sedimentar de extrema importância para a localização, compreensão e interpretação de sítios arqueológicos de Pré-história antiga, correspondendo ao primeiro sitio preservado desta cronologia conhecido na região de Beja. Durante o encaixe do Rio Guadiana, os seus principais afluentes, como o caso aqui da Ribeira da Cardeira, produziram erosão das margens, criando terraços fluviais mais ou menos pronunciados. No caso agora analisado, verifica-se que a erosão regressiva procurou estabelecer um novo perfil de equilíbrio da linha de água, rebaixando a rocha base e formando um terraço rochoso. A superfície deste terraço possui características que indicam ter estado, durante um certo período de tempo, exposta a elementos erosivos que a meteorizaram e estalaram os filões de quartzo, levando à criação de um depósito sedimentar areno-argiloso com cascalheira não rolada, associada. É durante este processo que ocorre a ocupação humana do sítio com indústrias líticas características do Acheulense (interglaciação Mindel-Riss até Riss-Würm), sendo visível, numa das peças de quartzito identificadas, uma forte patine eólica numa das superficies. Após o abandono dos artefactos, a superfície ocupada é colmatada por um espesso depósito de argila depositada por processos fluviais repentinos, como uma enchorrada de lama, ficando selado até aos novos dias. Por fim forma-se um depósito de sedimentação coluvionar que posteriormente é remobilizado por acção de trabalhos agrícolas.
Terrestre
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Regular
S - 35008 e 2011/1(225)