Estrada da Calçada 2

Sítio (35997)
  • Tipo

    Vestígios Diversos

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Beja/Beja/Beja (Santiago Maior e São João Baptista)

  • Período

    Romano e Indeterminado

  • Descrição

    Estruturas de enterramentos de cremação associados a uma necrópole de período romano (séc. I d.C.) junto a segmentos de duas calçadas de cronologias desconhecidas, uma mais recente sobrepondo uma mais antiga, sendo a via mais antiga possivelmente contemporânea da necrópole romana. Os vestígios desta necrópole do séc. I d.C., apontam a sua construção para o início do século e o seu abandono para o final do mesmo. Numa das áreas foram identificadas várias estruturas, algumas com grande extensão, não tendo possível no entanto aferir qual a sua função, ou seja, se formariam algum compartimento, com que orientação ou dimensão. É apenas possível perceber que algumas das estruturas correspondem a remodelações/recuperações do espaço, aparentando ter existido um período de abandono, com formação de derrubes, tendo-se posteriormente (re)construído novas estruturas de modo a possibilitar a reutilização do espaço, desconhecendo-se se com a mesma função. Outra área escavada todos os seus contextos intervencionados estão associados a uma estrutura tipo mausoléu com pelo menos duas fases distintas de utilização: uma primeira fase onde são colocados restos de cremação em urna, enterradas no chão da câmara, juntamente com espólio funerário (unguentários em cerâmica); e uma segunda fase onde existe uma remodelação do mausoléu, construção de novas estruturas e redimensionamento do espaço interior, com a redução da sua área. Nesta segunda fase é também construída uma sepultura de inumação junto da parede sul, colocando-se a hipótese de que com esta remodelação do espaço ter existido simultaneamente também uma mudança no tipo de enterramento: de cremação para inumação. Esta sepultura (não foi escavada) aparentemente finda o uso do mausoléu, não se tendo observado a existência de enterramentos (inumação ou cremação) posteriores. Em relação à primeira fase de utilização da estrutura não nos parece completamente esclarecido se as cremações dos corpos foram totalmente efetuadas no exterior da estrutura e posteriormente colocadas no mausoléu dentro de urnas ou se alguma das cremações foi feita no interior da própria estrutura. Esta hipótese resulta da identificação de vestígios do que aparentam serem bolsas de barro cozido, assentes no "chão" do compartimento e também da recolha de vários fragmentos de vidro derretido em depósitos associados ao período de utilização do mausoléu, estando estes inequivocamente ligados ao processo de cremação dos corpos e exposição a altas temperaturas. Ressalve-se o facto de estes vestígios vítreos poderem ser resultado de cremações no exterior da estrutura e terem sido transportados para o seu interior juntamente com os restos ósseos das cremações. Não foi possível perceber onde seria a entrada do compartimento/mausoléu, pela não abrangência da totalidade das estruturas associadas, especulando-se que se encontraria na zona Norte oposta à sepultura construída na segunda fase de utilização da estrutura. No conjunto das estruturas identificadas nas duas áreas, observa-se o facto de, mesmos as mais antigas, serem construídas com o recurso a materiais reaproveitados (fragmentos de tegula, tijolo ou ânfora) podendo este dado colocar a hipótese de estas estruturas não serem as primeiras construções no local. Em pelo menos uma das fases de abandono registadas nestas duas sondagens, foram observadas valas de destruição de estruturas que estarão relacionadas com a recolha de materiais de construção para reaproveitamento e construção de novas estruturas, pelo que não é descabido colocar-se a hipótese de as estruturas encontradas nestas sondagens serem elas próprias resultado do reaproveitamento de estruturas mais antigas, desconhecendo-se no entanto a sua eventual localização. Para além do reaproveitamento de materiais nas estruturas, existem materiais cerâmicos de datação anterior ao séc. I d.C., nomeadamente alguns fragmentos de cerâmica campaniense e de paredes finas.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Rua Zeca Afonso.

  • Espólio

    Fragmentos cerâmicos nomeadamente terra sigillata, lucernas, cerâmica comu, ânforas, paredes finas, cerâmica campaniense. Ungentários cerâmicos e em vidro. Objectos metálicos nomeadamente pulseiras e cavilhas. Fragmentos de vidros.

  • Depositários

    -

  • Classificação

    -

  • Conservação

    Bom

  • Processos

    S - 35997 e 2009/1(097)

Trabalhos (1)

Bibliografia (0)

Fotografias (0)

Localização


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