Beja - Rua Conselheiro Meneses

Sítio (36643)
  • Tipo

    Fortificação

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Beja/Beja/Beja (Santiago Maior e São João Baptista)

  • Período

    Moderno

  • Descrição

    A intervenção realizada no Rua Conselheiro Meneses, no âmbito dos trabalhos de Remodelação da Rede de Águas de Abastecimento Público da Cidade de Beja, promovida pela EMAS, colocou a descoberto uma estrutura de grandes dimensões, construída em pedra e argamassa, e que parece consistir num baluarte da muralha mandada construir no século XVII. No contexto da Guerra da Restauração, e após 1640, tendo em vista a possibilidade de uma invasão espanhola, a coroa portuguesa inicia uma reestruturação das fortificações portuguesas, que ainda mantinham a traça medieval, apresentando por isso uma defesa muito ténue perante o poder da artilharia. Assim, a muralha de Beja foi reforçada através de baluartes, desenhados por um engenheiro-militar e arquitecto francês de seu nome Nicolau de Langres, as obras terão tido o seu início em 1664. No período de 1669 a 1679 os responsáveis pelas obras foram os Engenheiros João Coutinho, Diogo de Brito de Castanheira e Manuel Almeida Falcão, mas nunca chegaram a ser concluídas, provavelmente devido ao ambiente mais pacífico que se vivia entre Portugal e Espanha. O espólio recolhido integra-se, maioritariamente, no período Moderno, o que parece corroborar que estaremos perante a estrutura supracitada, que nunca foi concluída. A estrutura apresentava um comprimento indeterminado no total, sendo que no interior da sondagem possuía 2.95 metros. Apresentava uma largura de 2.50, sendo que o alçado integralmente colocado à vista (alçado Sul), tinha uma altura de 1.60 metros. Foi construída em granito, utilizando pedra pequena, e blocos de média e grande dimensão. A estrutura, infelizmente, encontrava-se cortada a Oeste e a Norte por duas condutas associadas ao sistema de esgotos da cidade de Beja, ainda em funcionamento. Possuía dois alçados: o Norte, que não foi integralmente escavado devido ao motivo acima indicado, tinha uma altura de 0.40 metros, e o Sul, melhor preservado, uma altura de 1.60 metros. Foi possível identificar a vala de fundação da estrutura, tendo sido escavada no substrato geológico de matriz gabro diorítica. O topo da estrutura parece indicar que esta faria parte de um dos baluartes que ficou inacabado, o qual se encontra presente numa planta do século XVII, com essa mesma indicação.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    É acessivel a partir do Centro de Beja, em direção ao Castelo, lateralmente à Igreja de Santo Amaro.

  • Espólio

    Materiais cerâmicos diversificados, compostos por cerâmica de construção, cerâmica comum, cerâmica vidrada e faiança. A cerâmica comum é mais abundante, tendo sido identificados três fabricos, todos de produção local: recipientes de cozinha e armazenamento - púcaros, potes e panelas, alguidares e talhas, e um fragmento de uma tigela carenada. A cerâmica vidrada corresponde a um bordo de um jarro vidrado verde, um fundo de forma indeterminada e um arranque de asa. Faiança azul e branca: prato e tigela. Espólio maioritariamente atribuível a um período posterior ao século XVI, o que corrobora estar-se perante um contexto do séc. XVII.

  • Depositários

    -

  • Classificação

    -

  • Conservação

    -

  • Processos

    S - 36643

Bibliografia (5)

A Cidade Romana de Beja. Percursos e debates acerca da "civitas" de PAX IVLIA (2003)
Beja e as suas fortificações. Arquivo de Beja (1967)
Beja: Centro Histórico - Plano de Salvaguarda e Recuperação (1981)
Beja: XX Séculos de História de uma Cidade
Nicolau de Langres e a sua obra em Portugal (1941)

Fotografias (0)

Localização