Collippo

Sítio (20)
  • Tipo

    Cidade

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Leiria/Batalha/Golpilheira

  • Período

    Idade do Ferro, Romano e Idade Média

  • Descrição

    O sítio denominado Collippo corresponde a uma estação da Idade do Ferro/período Romano. Engloba os concelhos de Leiria e Batalha, numa área de dispersão de aproximadamente 60 000m2. Localiza-se no monte de S. Sebastião do Freixo, colina rodeada por vales encaixados a Este, onde passa o rio Lis, e Oeste, onde passa o rio Lena, em solos arenosos e arenoargilosos. Este sítio arqueológico encontra-se integrado em Área de Sensibilidade Arqueológica designada de Collippo. Este local corresponderia a um antigo povoado do Bronze Final/ Idade do Ferro (século IV a.C.), sucedendo-lhe a cidade romana de Collippo, que se crê ter sido fundada no século I a. C. e que é referida por Plínio na sua História Natural como um dos centros urbanos da província romana da Lusitânia. Terá tido uma ocupação efetiva que se prolongou até ao seu abandono, no século III d.C. Após esta data, deve ter havido destruição e aproveitamento de materiais. Documentos medievais do século XII nomeiam este local como S. Sebastião do Palácio de Randulfo, cujas estruturas das suas ruínas (lápides e outros elementos pétreos) teriam sido aproveitadas para outras edificações da região de Leiria, tais como as muralhas do Castelo. Da ocupação medieval existem os testemunhos de uma chapa de cobre adornada com esmaltes e um sarcófago liso de mármore. Foi aqui encontrado também um mosaico bícromo e outros materiais. Em 1947 e 1948 foram recolhidos por Manuel Heleno alguns materiais líticos à superfície, não especificados. Entre 1963 e 1966 inicia-se uma fase de prospeções e escavações promovida pela Comissão Regional de Turismo, durante as quais foi descoberto um forno de cozer cerâmica, tal como um arco de fíbula de bronze, alguns fragmentos de cerâmica romana, pesos de tear (um dos quais com inscrição) e uma estátua de mármore branco com 1,87m de altura e cabeça amovível, representando um magistrado municipal com toga. Outros achados ocasionais em terrenos agrícolas nas proximidades revelaram fragmentos de esculturas em mármore, moedas, um sinete de bronze, uma mó dormente e tijolos. Em 1986, na área a Norte do monte de São Sebastião, foi descoberto um segundo forno romano de cerâmica, datado entre os séculos I a.C. e I d.C., e no ano seguinte descobriu-se um terceiro forno, na vertente Leste do monte. Em 1999 foi localizada a necrópole de Collippo e a área de ocupação pré-romana, remontante à Idade do Bronze. Detetou-se também vestígios da Idade do Ferro, eventualmente relacionadas com a ocupação túrdula. A prospeção efetuada em 2001 confirmou a total destruição dos níveis arqueológicos, com bulldozer. Tanto as estruturas como a estratigrafia encontravam-se completamente revolvidas. João Pedro Bernardes refere que a destruição do sítio foi provocada por sucessivos desmantelamentos dos seus edifícios, sendo possível, à data, ver muitos materiais por toda a área da estação. Em Andreus (CNS 17555), foram também descobertos vestígios (entre os quais 6 moedas romanas) que se acredita serem de Collippo. Nos trabalhos realizados entre julho e agosto de 2003 identificou-se a existência de habitações na área, bastante destruídas, o que não permitiu datações ou interpretações. Apesar disso, os cortes permitiram ver uma área habitacional abandonada por volta do III d.C. Entre agosto e setembro de 2004 foram identificadas unidades estratigráficas associadas à destruição nos finais do Império e que algumas estruturas desta edificação foram feitas recorrendo a materiais reaproveitados. Na área Norte, as estruturas e os materiais levam a crer estar-se perante vestígios de uma casa com alguma importância. A quantidade de escória aqui encontrada levou os investigadores a pensar que haveria neste local a fundição e exploração de minério. Em 2006 os trabalhos não revelaram estruturas ou contextos significativos, apenas algum espólio diverso.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    A partir da EM 543. Pela estrada Garruchas/Leiria, a Quinta encontra-se do lado esquerdo da estrada.

  • Espólio

    Mosaico bícromo, inscrições (João Pedro Bernardes descreve 10), pedras aparelhadas, fragmentos de terra sigillata (itálica, hispânica, Clara C, Drag 27, etc., algumas com marca de oleiro), fragmentos de ânfora, fragmentos de cerâmica comum da Idade do Ferro e Romana, fragmentos de cerâmica de construção romana, fíbulas, alfinetes, moedas, estátua de mármore, pesos de tear, estuque, opus signinum, alguns fragmentos de cerâmica pré-histórica (calcolítica), fauna malacológica e osteológica e carvões. Togado com cabeça; cabeça de homem - Átrio do Auditório Municipal da Batalha (Gonçalves, 2007). Cabeça de Minerva; Frag. mão - Colecção Privada (Gonçalves, 2007) Pedestal de estátua a Antonino Pio - Na parede da igreja de Nª Srª da Pena, no castelo de Leiria (Gonçalves, 2007).

  • Depositários

    Comissão de Turismo de Leiria

  • Classificação

    -

  • Conservação

    -

  • Processos

    S - 00020, 2002/1(218), 90/1(043), 98/1(773) e C - 00020

Bibliografia (7)

A Civitas de Collippo (1996)
A paisagem rural romana e alto-medieval em Portugal. Conimbriga (1998)
Batalha - Casal de S. Sebastião, Palheirinhos. Informação Arqueológica 9 (1994)
Civitas Colliponensis (2002)
Collippo: Uma cidade Pedida no Tempo. O Século Ilustrado nº 2028 (1977)
Collippo: Uma cidade Romana do Concelho da Batalha. Tempos e História (2000)
Escultura romana em Portugal: uma arte do quotidiano (2007)

Fotografias (8)

Localização